• Terça-feira, 18 de novembro de 2025

AgriZone é palco para discussão do papel da ciência no combate à fome no Brasil

Ciência brasileira mostra como o agro pode liderar a luta contra a fome no país e no mundo

Ciência brasileira mostra como o agro pode liderar a luta contra a fome no país e no mundo O Papel da Ciência Brasileira no Combate à Fome foi a temática que permeou as discussões no painel realizado neste dia 14 de novembro, na AgriZone, Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa, na COP30. O painel marcou ainda o lançamento do livro de mesmo título, na versão em inglês, que foi editado pela pesquisadora da Embrapa Soja Mariangela Hungria. A publicação gratuita pode ser baixada aqui: https://www.abc.org.br/wp-content/uploads/2024/03/Seguranca-Alimentar-e-Nutricional-O-Papel-da-Ciencia-Brasileira-no-Combate-a-Fome-LIVRO-ABC-2024.pdf
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    Na abertura do evento, a presidente da Embrapa Silvia Masshurá entregou a medalha Doutora Johanna Döbereiner a Mariangela Hungria, insígnia criada para reconhecer pesquisadores que se destacam nacional e internacionalmente. A presidente da Embrapa prestou uma homenagem à pesquisadora Mariangela, destacando que falava em nome dos mais de 7.500 colaboradores da instituição. Silvia ressaltou a admiração pela trajetória da cientista, recentemente agraciada com o Prêmio Mundial da Alimentação (World Food Prize), e lembrou que seus 40 anos de dedicação à pesquisa representam um orgulho para toda a empresa. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});“ Como mulher, mãe e pesquisadora, você inspira a Embrapa e eleva o patamar da ciência brasileira“, afirmou Silvia. Em agradecimento, Mariangela afirmou que o prêmio representa não apenas seu trabalho, mas o esforço coletivo dos pesquisadores e agricultores que constroem a agricultura brasileira e pediu mais visibilidade para a ciência nacional. Com relação ao lançamento do livro em inglês afirmou que a publicação “ é um trabalho de muitas pessoas e que integra muitas visões. São 18 capítulos explicando a história do combate à fome no Brasil, o que já foi feito, o que ainda precisamos fazer e como a pesquisa científica se integra em tudo isso“, afirmou Hungria antes de abrir espaço para seus co-autores. A fome como marca histórica do Brasil – Apesar de o Brasil ter capacidade agrícola para alimentar até 1 bilhão de pessoas, Mariangela falou do paradoxo de que milhões de brasileiros continuam sem acesso ao básico. “Saíamos às ruas e víamos pessoas passando fome“, recorda Hungria. Essa realidade a motivou a organizar o livro com 18 capítulos, 41 autores e 23 instituições. A obra busca, segundo Mariangela, “ fazer a diferença” ao oferecer diagnósticos e soluções fundamentadas na ciência e na atuação integrada de diversos setores. O primeiro capítulo da obra discute conceitos como ESG e abordagens integradas de saúde e meio ambiente. A conclusão, segundo a pesquisadora é: “ Não existe uma única ciência capaz de resolver a insegurança alimentar. Todas são necessárias.“ A autora defende que a solução passa pela união de diferentes campos do conhecimento e pela participação do setor público, privado e terceiro setor. As políticas públicas — destaca Hungria — são fundamentais. A cientista lembra ainda que apenas com programas sociais o país conseguiu novamente sair do Mapa da Fome. Hungria enfatiza também que não é possível combater a fome sem dados confiáveis. A coleta precisa, afirma, requer metodologia científica, pois comunidades diferentes têm necessidades alimentares e culturais distintas. Um dos capítulos mais emocionantes — segundo Mariangela — trata do papel das mulheres na cadeia alimentar, das hortas domésticas e comunitárias às merendeiras e professoras da educação básica. O livro rejeita a visão de antagonismo entre agricultura familiar e agronegócio. Hungria lembra que o setor de commodities sustenta o superávit da balança comercial brasileira, garantindo recursos inclusive para políticas sociais. Já a agricultura familiar responde pela maior parte dos alimentos consumidos internamente — como mandioca, abóbora, banana e milho verde. Hungria afirma que o país só chegou ao atual nível de produtividade devido a investimentos robustos em ciência, como os que permitiram desenvolver uma agricultura tropical própria. No entanto, ela alerta que o setor enfrenta agora o maior desafio de sua história: as mudanças climáticas. “ Se não reduzirmos emissões e não criarmos plantas mais tolerantes, podemos entrar num cenário de insegurança alimentar global“, ressalta. Para Hungria, o futuro da segurança alimentar passa principalmente pela comunicação. “ Precisamos aprender como comunicar ciência de forma que a sociedade confie em dados e não em fake news“, afirma. Segundo ela, nenhum dos avanços propostos no livro terá impacto se a população não compreender e não apoiar as soluções. Visões plurais marcam a publicação – Durante o evento, Cláudia Retti de Calais, da Fundação Bunge, autora do capítulo “O papel do setor privado no combate à fome” destacou o engajamento da instituição na mobilização de colaboradores e comunidades para enfrentar a insegurança alimentar. Também participaram João Meirelles Filho e Flora Bittencourt, do Instituto Peabiru, que há mais de 25 anos atua na Amazônia fortalecendo sistemas agroalimentares comunitários. A presença dos convidados reforçou a necessidade de integração entre governo, setor privado e terceiro setor. Segundo eles, segurança alimentar só será alcançada com cooperação, ciência, inovação e governança pública. Lebna Landgraf (MTb 2903- PR) Embrapa VEJA MAIS:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
    Por: Redação

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