• Terça-feira, 18 de novembro de 2025

Delegados criticam atuação de Tarcísio e Derrite em SP

Sindicato diz estar “à deriva” e apontam licença de Derrite como agravante da ausência de diálogo.

O Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) criticou a falta de diálogo do governo paulista sobre a nova Lei Orgânica da Polícia Civil e também a atuação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário licenciado Guilherme Derrite (PP). Segundo vídeo divulgado nesta 2ª feira (17.nov.2025), a delegada e presidente do sindicato, Jacqueline Valadares, a categoria busca informações desde fevereiro de 2025 sobre o texto que vem sendo elaborado por um Grupo de Trabalho Intersecretarial.

A Lei Orgânica da Polícia Civil está em vigor desde 1979. Uma eventual atualização pode redefinir a estrutura da carreira, revisar dispositivos considerados defasados e ajustar normas internas para aprimorar o funcionamento da instituição.

Segundo o sindicato, a Polícia Civil paulista enfrenta atualmente um déficit de 15 mil cargos vagos de um total de 42 mil previstos. Outra queixa é de que a corporação também sofre com a desvalorização salarial e a ausência de direitos básicos como pagamento de hora-extra, adicional noturno e auxílio-saúde.

Jacqueline Valadares também questionou as prioridades do governo estadual de Tarcísio de Freitas depois de ter colocado o efetivo policial à disposição do Rio no combate ao crime organizado nos dias seguintes à megaoperação nos Complexos da Penha e do Alemão.

Assista ao vídeo (1min40s):

Estamos à míngua, à deriva. O governador de São Paulo (Tarcísio Gomes de Freitas) ofereceu policiais ao estado do Rio de Janeiro, dias atrás, como auxílio a operações contra o crime organizado”.

Valadares também criticou o licenciamento de Guilherme Derrite do cargo de secretário de Segurança Pública de SP. Derrite voltou a ser deputado federal, antes de entregar a proposta da nova Lei Orgânica da Polícia Civil, para fazer a relatoria do Projeto de Lei nº 1.283, de 2025, conhecido como Projeto Antifacção ou como Marco Legal do Combate ao Crime Organizado.

Enquanto isso, o secretário (Guilherme) Derrite deixou o cargo e foi para Brasília, tratar de Projeto Antifacção. Como se em São Paulo estivesse tudo bem, em ordem e em dia. Como se aqui não houvesse, também, crime organizado. Só em 2025, mais de 1,4 mil servidores deixaram a Polícia Civil. Como combatemos o PCC (Primeiro Comando da Capital) assim?“, questionou a presidente do sindicato dos delegados de SP.

A organização sindical ainda cobrou promessas que Tarcísio teria feito à categoria em 2022, durante a campanha eleitoral: “Queremos saber quando a Polícia Civil de São Paulo será realmente valorizada, ou se isso ficará para a campanha de 2026. Sem cumprir o prometido, falar em combate às organizações criminosas é, tão somente, retórica política populista. A Polícia Civil de São Paulo, hoje, vive de postagens do governador“.

O Poder360 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública e com o Governo de São Paulo, mas não obteve resposta dos questionamentos até o momento. O espaço segue aberto.

Por: Poder360

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