• Sexta-feira, 7 de novembro de 2025

“Acordo de Paris não seria possível hoje”, diz presidente da COP21

Laurent Fabius afirma em Belém que o instrumento só foi possível por causa dos presidentes da época. Leia no Poder360

A disposição de países para assumir custos que evitem o aquecimento global diminuiu de 2015 a 2025, disse Laurent Fabius nesta 6ª feira (7.nov.2025) em Belém (PA).

Ele presidiu a COP21, realizada em 2015 em Paris. Era também ministro das Relações Exteriores da França na época. Foi um dos principais negociadores do Acordo de Paris. O texto tem como meta central limitar o aquecimento global no fim do século a 1,5º C sobre a média da temperatura de 1850 e 1890.

O Acordo de Paris não seria possível hoje”, disse Fabius, que participou como convidado da Cúpula de Líderes da COP30 na 5ª feira e na 6ª feira (6-7.nov). Ele disse que o instrumento só foi possível por causa da diplomacia francesa, de Barack Obama (Partido Democrata), então presidente dos Estados Unidos, de Xi Jinping, presidente da China, e de outros líderes da época. “O Estado não é tudo, mas é um ator fundamental”, afirmou.

A COP30 (Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática) começará na 2ª feira (10.nov). Irá até 21 de novembro. Fabius não participará. Ele deixará Belém nesta 6ª feira (7.nov).

Fabius lidera o círculo de presidentes das COPs. Ele foi primeiro-ministro da França de 1984 a 1986 quando o presidente era François Mitterrand (1906-1996), do Partido Socialista (esquerda). Foi ministro das Relações Exteriores de 2012 a 2016 no governo de outro socialista, François Hollande.

O Acordo de Paris é excelente”, disse Fabius. Ele citou o fato de que, sem o acordo, a expectativa era de que a temperatura global subisse de 4º C a 5º C até o final do século. “A expectativa passou a ser 2,5º C, o que salvará milhões de vidas”, afirmou.

Mas, e há um grande mas, o acordo é mal implementado”, declarou Fabius. Ele disse esperar que a COP30 se concentre em discussões sobre redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas, sobretudo em países emergentes.

Não esperamos ideias extraordinárias nesta COP30”, afirmou. Ele elogiou a escolha de Belém como sede da conferência. “O fato de ser na Amazônia tem um grande significado para a história das COPs”, afirmou.

A COP30 marca os 10 anos do Acordo de Paris. São 8 conferências intermediárias em vez de 9 porque em 2020, com a pandemia da covid-19, não houve COP.

Por: Poder360

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