• Quarta-feira, 5 de novembro de 2025

“A dose do remédio pode virar veneno”, diz Haddad sobre juros altos

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad participou de evento em São Paulo e voltou a pedir corte de juros. Reunião do Copom vai até quarta

O ministro da Fazenda, (PT), voltou a defender a redução da taxa básica de juros da economia brasileira, nesta terça-feira (4/11), dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do começa a sua penúltima reunião do ano para tratar da Selic. As declarações do chefe da equipe econômica foram dadas durante participação no Bloomberg Green Summit, em . Neste início de semana, . A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. Quando o Copom aumenta os juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que se reflete nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica. Ao reduzir a Selic, por outro lado, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Leia também Na última reunião do Copom, em setembro, . A tendência é que isso se repita nesta semana. A reunião do colegiado será concluída na quarta-feira (5/11). “Não tem como manter 10% de juro real, já que a inflação é de 4,5%. Eu tenho alergia à inflação, mas é uma questão de razoabilidade. A dose do remédio pode virar veneno”, alertou Haddad sobre a taxa de juros no país. “Podemos terminar o mandato com indicadores econômicos muito superiores. Não precisamos pagar juros tão altos. Isso afeta até a capacidade de produção do país”, criticou o ministro da Fazenda. Durante o evento, Haddad voltou a destacar o que classificou como bom momento da economia brasileira, disse que o país vive uma fase de “solidez” econômica e que o governo do presidente Luiz Inácio da Silva (PT) deve terminar o mandato “de forma muito tranquila”, em dezembro de 2026. “Nos últimos três anos, o Brasil fez muita coisa importante para criar um ambiente de negócios favorável. E isso já está sendo percebido pelos investidores”, afirmou o ministro, mencionando o maior número de leilões de infraestrutura na Bolsa de Valores () e a pontuação recorde do Ibovespa, que ultrapassou a marca dos 150 mil pontos. “Teremos a menor inflação em quatro anos, o menor desemprego da série histórica e o maior crescimento desde 2010”, afirmou Haddad. “Mesmo assim, o que vejo de gente torcendo contra o país é impressionante. Vejo comentaristas na televisão que falam mal da economia”, criticou. Meta fiscal Fernando Haddad também , entregando o melhor resultado dos últimos quatro anos. “Desde 2023, estão dizendo que eu vou mudar a meta porque não vou cumpri-la. Ou a gente olha para a realidade do Brasil e rema a favor do país ou continuaremos presos a narrativas”, disse Haddad. Segundo o ministro da Fazenda, o debate sobre as contas públicas do país vem sendo feito “pelos investidores, e não pelos jornais”. “O que me preocupa é o dinheiro que está entrando no Brasil”, completou. A meta fiscal do Brasil para 2025, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de resultado primário zero, com uma margem de tolerância de até 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (). Para 2026, a meta do governo é um superávit primário de 0,25% do PIB. “Estamos decididos a fazer o que não foi feito de 2015 para cá: respeitar as metas de primário, fixar objetivos exigentes e cumpri-los”, concluiu Haddad.
Por: Metrópoles

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