Vereadores ficaram feridos durante confronto entre manifestantes, seguranças e guardas municipais na Câmara de Porto Alegre na 4ª feira (15.out.2025).
O tumulto começou do lado de fora do prédio, quando o plenário discutia projetos de reestruturação administrativa da Casa. Esses projetos são criticados por servidores e movimentos sindicais.
As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter os manifestantes que tentavam entrar na Câmara. Segundo relatos, houve empurra-empurra e agressões.
O vereador Erick Dênil (PCdoB) foi atingido por bala de borracha na perna, e Giovani Culau (PCdoB) teve o pé ferido depois que uma bomba estourou perto dele.
As vereadoras Grazi Oliveira (Psol) e Atena Roveda (Psol) sofreram escoriações causadas por estilhaços. O deputado estadual Miguel Rossetto (PT), presente no ato, disse ter sido atingido por uma bala de borracha, que perfurou o terno.
A presidente da Câmara, vereadora Comandante Nádia (PP), acionou o protocolo de segurança e suspendeu a sessão. O plenário chegou a ser reaberto, mas as discussões foram encerradas novamente diante do clima de tensão.
Os manifestantes protestavam contra projetos que alteram cargos e funções dentro da Câmara, além de mudanças no plano de carreira dos servidores. Eles afirmam que as medidas representam retrocesso e perda de direitos.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), anunciou nas redes sociais a abertura de inquérito para apurar as circunstâncias da ação de seguranças e guardas municipais no Legislativo.
“Determinei à Secretaria Municipal de Segurança a abertura imediata de inquérito para apurar com rigor o ocorrido na Câmara Municipal. Porto Alegre sempre foi uma cidade do diálogo”, escreveu.
As imagens da confusão circularam nas redes sociais e mostraram servidores sendo retirados à força do saguão e o uso de gás dentro do prédio. Até o fim do dia, o clima seguia tenso na Câmara, com nova convocação de servidores para protestar contra as propostas.