O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil recorrerá nas instâncias devidas –tanto nos EUA quanto internacionais– contra as tarifas de 50% impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano) ao Brasil.
Além disso, o ministro Haddad anunciou que haverá uma nova reunião com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, para discutir soluções possíveis ao tarifaço. A declaração foi feita a jornalistas nesta 5ª feira (31.jul.2025), em frente ao Ministério da Fazenda.
Segundo Haddad, até então a sensação era de que havia uma “abertura maior” à diplomacia brasileira. Na 4ª feira (30.jul), Trump assinou o decreto que confirma o tarifaço. Apesar disso, Haddad acredita que esta semana marca o início de uma conversa “mais racional, mais sóbria e menos apaixonada”.
Trump anunciou o tarifaço como parte de sua nova agenda protecionista e para retaliar o Brasil pelo que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pacote, chamado informalmente de tarifaço, afeta setores como aço, carne bovina, máquinas agrícolas e alumínio, o que preocupa o ministro Haddad.
O decreto original previa a entrada em vigor na 6ª feira (1º.ago), mas foi adiado após pressão de setores empresariais norte-americanos e da diplomacia brasileira. Em meio à repercussão, o governo dos EUA publicou uma lista de exceções que isentou produtos como aviões, suco de laranja, carne de frango in natura, celulose e determinados insumos agrícolas.
Mesmo com as isenções, a medida foi interpretada como um gesto político da Casa Branca diante da aproximação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e países como China e Rússia, além da atuação do STF (Supremo Tribunal Federal) em temas considerados sensíveis por setores norte-americanos.
Além das tarifas, Trump também assinou um decreto que impõe sanções ao ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, alegando supostos abusos contra cidadãos americanos. A decisão provocou reações no Brasil, incluindo manifestações de apoio ao ministro e críticas por parte da Advocacia Geral da União (AGU), que classificou a medida como “injustificável”.
Haddad também comentou sobre as sanções: “A perseguição ao ministro Moraes não é o caminho”.
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