Trump usa tatuagens como justificativa para não aceitar imigrante
Apesar de ter permissão para ficar nos Estados Unidos, Abrego Garcia foi removido para El Salvador
Em mais um capítulo da briga da com o judiciário norte-americano, o presidente dos EUA postou em sua rede Truth Social, nesse sábado (19/4), uma imagem das tatuagens nas mãos de Kilmar Armando Abrego Garcia como justificativa para sua deportação ilegal não ser revogada.
A juíza distrital Paula Xinis já havia ordenado que o governo Trump tomasse medidas para devolver o . Na sexta-feira (11/4), a manteve a
“Esta é a mão do homem que os democratas acham que deveria ser trazido de volta aos Estados Unidos, porque ele é ‘uma pessoa tão boa e inocente’. Disseram que ele não é membro da MS-13, embora tenha a sigla MS-13 tatuada nos nós dos dedos, e dois tribunais altamente respeitados consideraram que ele era membro da MS-13, espancou a esposa, etc. Fui eleito para tirar pessoas más dos Estados Unidos, entre outras coisas. Preciso ter permissão para fazer o meu trabalho”, escreveu o presidente.
Apesar dos ataques de Trump, a defesa do governo norte-americano, chegou a reconhecer o erro do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE).
“No dia 15 de março, embora o ICE estivesse ciente de que ele tinha proteção contra deportação para El Salvador, Abrego Garcia foi removido para El Salvador devido a um erro administrativo”, disse a defesa.
Segundo a administração trumpista, não há mecanismos legais para trazer o imigrante de volta após a deportação ter sido concluída.
Deportações para El Salvador X Justiça dos EUA
Quando o primeiro voo com imigrantes foi anunciado, determinou a suspensão do voo de deportação de um grupo de 238 supostos membros de gangues venezuelanas, além de 23 integrantes da MS-13, a uma prisão em El Salvador. Porém, a administração ignorou a ordem.
No caso de Kilmar, a primeira instância ordenou o retorno, mas a Suprema Corte não chegou a demandar o retorno do imigrante, afirmando que os tribunais não podem exigir que o poder executivo o faça, mas endossou parte da ordem de um juiz de primeira instância que exigia que o governo “facilitasse e efetuasse o retorno” de Abrego Garcia.
“A ordem exige, com razão, que o governo ‘facilite’ a libertação de Abrego Garcia da custódia em El Salvador e garanta que seu caso seja tratado como teria sido se ele não tivesse sido enviado indevidamente para El Salvador. O escopo pretendido do termo ‘efetuar’ na ordem do tribunal distrital é, no entanto, pouco claro e pode exceder a autoridade do tribunal distrital”, afirmou a Suprema Corte em decisão.
O caso agora retornará ao tribunal de primeira instância.
“O tribunal distrital deve esclarecer sua diretriz, com a devida consideração pela deferência devida ao poder executivo na condução das relações exteriores.Por sua vez, o governo deve estar preparado para compartilhar o que puder sobre as medidas tomadas e a perspectiva de novas medidas”, afirmou a decisão da Suprema Corte.
Por: Metrópoles