O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), disse no domingo (19.out.2025) que pode reduzir as tarifas impostas à China se o país retomar as importações da soja norte-americana. Em fala a jornalistas no Air Force One, o avião presidencial, o republicano disse que os volumes de compra devem voltar “ao menos” aos níveis anteriores à taxação.
Em outubro, Trump elevou em 100% as tarifas sobre produtos chineses, somando-se aos 30% já vigentes anteriormente.
A disputa comercial iniciada pelo governo norte-americano no 1º semestre deste ano modificou o fluxo global de comércio de grãos. A China, principal importadora mundial de soja, diminuiu suas compras dos EUA, direcionando sua demanda para outros fornecedores.
O Brasil tornou-se um dos principais beneficiados: com a diminuição das compras de soja norte-americana, aumentou sua participação no mercado chinês.
Um relatório da American Farm Bureau Federation, organização que representa 6 milhões de agricultores norte-americanos, divulgado no início de outubro, mostrou que as exportações de soja dos EUA para a China diminuíram quase 78% de janeiro a agosto em comparação com o mesmo período de 2024. Eis a íntegra (PDF – 3 MB).
No ano passado, a China havia sido responsável por aproximadamente metade das exportações, demonstrando a dimensão do impacto causado pela atual redução nas compras.
A federação agrícola norte-americana esclarece que o país asiático não reduziu suas importações totais de soja, mas substituiu os fornecedores. “Mesmo quando os agricultores americanos produzem safras com preços competitivos, a China tem reduzido constantemente sua dependência dos Estados Unidos, voltando-se para o Brasil, a Argentina e outros fornecedores”, afirmou o relatório.
O documento também destaca que “as importações de soja da China não estão diminuindo; na verdade, atingiram níveis recordes, mas a maior parte dessa demanda agora está sendo atendida por concorrentes”.