A Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) projeta que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro será afetado em até R$ 175 bilhões por causa da taxação de 50% que os Estados Unidos estabeleceram sobre os produtos brasileiros. A medida entrará em vigor a partir de 1º de agosto de 2025.
O estudo da federação mostra que haverá uma retração de 1,49% na atividade econômica a longo prazo (de 5 a 10 anos) e que a perda estimada é de mais de 1,3 milhão de empregos. Há também queda de R$ 4,86 bilhões na arrecadação no período. Leia a íntegra (PDF – 2 MB) do levantamento divulgado nesta 2ª feira (21.jul.2025).
No curto prazo (de 1 a 2 anos), o impacto é de R$ 47 bilhões (ou 0,4% do PIB brasileiro), com perda acima de 538 mil postos de trabalho. Haveria uma redução de R$ 1,31 bilhão na arrecadação federal.
A Fiemg afirma que o impacto poderia ser ainda maior em um cenário hipotético em que haja uma dupla retaliação (com tarifas de 100%) e redução nos investimentos estrangeiros diretos no Brasil.
“A depender do escalonamento das sanções —inicialmente com a aplicação de uma tarifa de 50% por parte dos EUA—, os efeitos podem ser expressivos. Estima-se uma possível retração de até 5,7% no PIB nacional”, declara.
Neste cenário, a perda é de 4,97 milhões de empregos e de R$ 18,5 bilhões na arrecadação.
A federação mineira defende que o governo brasileiro atue de forma firme, mas diplomática e que busque um acordo que evite o início da vigência da tarifa.
“Os Estados Unidos são um parceiro tradicional do Brasil. Do ponto de vista geográfico, faz todo sentido que nossas economias mantenham um fluxo de comércio ativo e complementar e, no nosso entendimento, ambos os países perdem muito com a medida. Responder com a mesma moeda pode gerar efeitos inflacionários no Brasil. Por isso, o caminho mais inteligente é a diplomacia”, disse o presidente da entidade, Flávio Roscoe.
Só em 2024, o Brasil vendeu US$ 40,4 bilhões para os EUA, o que representou 12% do total exportado. O país norte-americano é o 2º maior parceiro comercial dos brasileiros.
Em Minas Gerais, os impactos na atividade econômica podem chegar a R$ 21,5 bilhões em um prazo de 5 a 10 anos. Haveria o fechamento de até 187 mil postos de trabalho.