O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como “suprema humilhação” a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que impôs o uso de tornozeleira eletrônica e o proibiu de manter contato com outros investigados no inquérito sobre tentativa de golpe de Estado.
Em declaração a jornalistas nesta 6ª feira (18.jul.2025), o ex-chefe do Executivo disse estar sendo perseguido e voltou a negar envolvimento com qualquer tentativa de ruptura democrática.
“É uma humilhação. Não tem nada de concreto contra mim. Ficam o tempo todo fustigando”, declarou a jornalistas.
Durante a fala, Bolsonaro abordou diversos temas de forma fragmentada: defendeu o filho Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, citou conversas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano) e voltou a reclamar da atuação do governo Lula nas Relações Exteriores. Disse que o Brasil enfrenta retaliação comercial dos EUA por causa de “atitude hostil” do atual governo.
Questionado sobre a minuta do decreto que embasaria um golpe, respondeu: “Você viu a minuta? Nós pedimos, não tem. Não posso pensar? Você quer criminalizar o meu pensamento?”.
O ex-presidente também negou ter tratado com o filho sobre deixar o país e disse não ter planos de recorrer a organismos internacionais “por enquanto”. “Depende dos advogados”, afirmou.
Ao final, foi questionado sobre a decisão do STF atingir também Eduardo Bolsonaro. “A acusação é de 12 anos de cadeia. Mas ele está com o parlamento americano. Os EUA projetam liberdade e democracia. Não tem cabimento”, declarou.