• Terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Sindicato aceita proposta da Petrobras e orienta fim da greve

Decisão da Federação Única dos Petroleiros deve encerrar paralisação de 8 dias e ainda será submetida às assembleias de trabalhadores.

A FUP (Federação Única dos Petroleiros) informou na noite desta 2ª feira (22.dez.2025) que indicou o aceite da contraproposta apresentada pela Petrobras e orientou a suspensão da greve da categoria, que já dura 8 dias. A decisão foi aprovada pelo Conselho Deliberativo da entidade e ainda será submetida às assembleias dos trabalhadores, que começam a ser convocadas ainda hoje.

A paralisação teve início em 15 de dezembro e atingiu unidades estratégicas da Petrobras, incluindo 6 refinarias, 16 plataformas e instalações da Transpetro, da TBG (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil) e da PBio (Petrobras Biocombustível). Segundo sindicatos, houve adesão integral em plataformas da Bacia de Campos. A estatal, por sua vez, declarou durante todo o movimento que não houve impacto na produção nem no abastecimento de combustíveis.

De acordo com a FUP, a mobilização resultou em avanços nos 3 principais eixos da campanha reivindicatória. O 1º envolve o fundo de pensão Petros, com a formalização de uma carta-compromisso para buscar solução aos PEDs (Planos de Equacionamento de Déficits), a partir de um modelo discutido em mediação com o TCU (Tribunal de Contas da União).

O 2º eixo trata da ampliação de direitos e benefícios, com impacto para trabalhadores da ativa, aposentados, pensionistas e prestadores de serviço.

O 3º estima a instalação de um fórum permanente para discutir a chamada “Pauta pelo Brasil Soberano”, que inclui temas como transição energética, fortalecimento do Sistema Petrobras e futuro das subsidiárias.

Entre os pontos acordados estão a garantia de que não haverá punições aos grevistas, o abono de 50% dos dias parados e o desconto do restante sem reflexos, com possibilidade de compensação por meio de banco de horas. A Transpetro também se comprometeu a criar um grupo de trabalho para tratar de distorções entre trabalhadores das unidades de Coari e Urucu, no Amazonas.

A FUP afirma ainda que houve avanços econômicos e sociais no Acordo Coletivo de Trabalho, como reajustes nos vales alimentação e refeição, criação de auxílio alimentação mensal, redução da participação dos empregados nos custos de transporte, melhorias nas condições de trabalho em unidades offshore e em paradas de manutenção, além de medidas voltadas à saúde e segurança, diversidade e proteção social.

Durante a greve, a FUP chegou a classificar a proposta inicial da Petrobras como insuficiente e criticou o que chamou de tentativas de retirada de direitos. O movimento também foi marcado por episódios de tensão, como a detenção de dirigentes sindicais durante manifestações na Reduc (Refinaria Duque de Caxias), no Rio de Janeiro. A Petrobras afirmou que acompanhou o caso e reiterou que respeita o direito de manifestação dos empregados.

Ao longo da paralisação, a estatal manteve equipes de contingência, garantiu a continuidade das operações e seguiu empenhada em concluir a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho na mesa com as entidades sindicais.

Por: Poder360

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