A cabo do Exército Brasileiro, Maria de Lourdes Freire Matos, foi vítima de feminicídio na tarde de 6ª feira (5.dez.2025). O crime ocorreu dentro do 1º RCG (Regimento de Cavalaria de Guardas), no Setor Militar Urbano, em Brasília.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, o assassinato ocorreu por volta das 16h30, na área da fanfarra do quartel, onde a militar foi vista pela última vez em companhia de um soldado, posteriormente identificado como autor do crime. Policiais da 2ª DP da Asa Norte se deslocaram imediatamente ao local e iniciaram as diligências.
Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, era saxofonista da banda de música do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, Quartel Dragões de Independência.
O suspeito foi preso em flagrante após fugir do quartel. Ele confessou o crime durante depoimento à polícia. De acordo com a versão apresentada, os 2 mantinham um relacionamento. Após uma discussão, a vítima teria exigido que o soldado encerrasse um outro relacionamento e a assumisse. Ainda segundo o relato, diante do conflito, Maria de Lourdes teria sacado a própria arma. O suspeito afirmou que tentou segurar a pistola enquanto ela tentava municiá-la.
De acordo com o delegado Paulo Noritica, chefe da 2ª Delegacia de Polícia da Asa Norte, durante a luta, ele teria alcançado a faca militar da vítima, que estava presa à cintura, e desferido um golpe no pescoço da cabo, que morreu no local. Em seguida, de acordo com as investigações, o soldado foi ao banheiro, pegou álcool, ateou fogo na fanfarra e fugiu, levando a arma da vítima, que foi descartada durante a fuga.
O CBMDF (Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal) foi acionado às 16h06 e encontrou o prédio em chamas e com grande quantidade de fumaça. As equipes iniciaram imediatamente o combate ao incêndio e também realizaram o resfriamento das edificações vizinhas devido ao risco de propagação. O corpo da militar foi encontrado carbonizado durante o rescaldo.
Em nota, o Comando Militar do Planalto informou que prestou apoio imediato à família e lamentou a morte da cabo. Já o Exército Brasileiro comunicou que instaurou um IPM (Inquérito Policial Militar) para apurar as circunstâncias do crime. As perícias foram realizadas pela Polícia do Exército, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.
O Exército informou ainda que o suspeito, o soldado Kelvin Barros da Silva, permanece preso no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília. Ele deve ser excluído das fileiras da Força e responderá por feminicídio, furto de arma, incêndio e fraude processual, com pena que pode chegar a até 54 anos de prisão. Até então, ele não possuía antecedentes criminais.
“O Exército Brasileiro presta total apoio à família e lamenta profundamente a perda da cabo Maria de Lourdes Freire Matos, reiterando sua posição de não coadunar com atos criminosos e de punir com rigor os responsáveis”, diz a nota oficial.
O 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, Quartel Dragões de Independência, publicou no Instagram que manifesta profundo pesar pelo falecimento da cabo.
“A trajetória na Instituição foi marcada por dedicação, profissionalismo e um compromisso exemplar com o serviço prestado na Fanfarra. Neste momento de dor, expressamos nossas mais sinceras condolências aos familiares, amigos e irmãos de farda”, disse a corporação.






