O ministro das Relações Exteriores da Rússia, , chamou o governo da Ucrânia de “regime nazista” nesta quarta-feira (17/9). A declaração foi feita durante um evento organizado pela Academia Diplomática, em , com apoio do Ministério das Relações Exteriores russo.
Em seu discurso, Lavrov acusou o ex-presidente Petro Poroshenko e o atual, Volodymyr Zelensky, de promoverem “declarações desumanizadoras contra russófonos”. Ele também afirmou que a intervenção militar russa foi realizada em “legítima defesa” segundo o Artigo 51 da Carta da ONU.
“Nós, a Federação Russa, os reconhecemos e, diante da contínua agressão do regime nazista de Kiev, com o apoio do Ocidente, intervimos em sua defesa em plena conformidade com o Artigo 51 da Carta da ONU, que prevê o direito dos Estados à autodefesa individual ou coletiva. O Ocidente se recusou a acatar esses artigos da Carta e insistiu categoricamente que a Rússia havia violado a integridade territorial da Ucrânia e, portanto, precisava restaurá-la. Ao fazê-lo, ignorou deliberadamente a interpretação da Carta da ONU”, disse Lavrov.
O chanceler russo acusou ainda as forças ucranianas de atacarem civis na região de Kursk, dentro da Rússia. Segundo ele, lojas, escolas e prédios civis teriam sido alvos deliberados de Kiev.
Lavrov também criticou o secretário-geral da ONU, António Guterres, por “ignorar princípios da Carta da ONU” e dar ênfase somente ao respeito à integridade territorial da Ucrânia.
O ministro russo chegou a dizer que o Ocidente busca transformar o país vizinho em “território ocupado”,
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Negociações em impasse
Moscou endurece o discurso, enquanto Kiev pressiona por novas sanções. Zelensky afirmou na terça-feira (16/9) estar disposto a se reunir com Vladimir Putin e Donald Trump sem pré-condições, mas descartou que o encontro ocorra em Moscou.
Já Putin insiste que só aceitaria uma reunião “com resultados tangíveis” e mantém a ofensiva até que a Ucrânia aceite suas exigências, incluindo neutralidade e definição do futuro do Donbass.
O cenário permanece de impasse diplomático, em meio a sucessivos bombardeios e ao risco de o conflito se expandir para além das fronteiras ucranianas.
Escalada recente do conflito
As declarações de Lavrov ocorrem em meio a uma nova escalada da guerra. No último dia 7 de setembro, a Rússia lançou a maior ofensiva aérea desde o início do conflito, disparando mais de 800 drones e 13 mísseis contra Kiev.
Pela primeira vez, um prédio central do governo foi atingido: o gabinete de ministros, que abriga escritórios de alto escalão, sofreu danos após explosões no distrito histórico de Pechersky
A tensão aumentou na última semana após drones russos invadirem o espaço aéreo da Polônia, forçando a Otan a reagir com o abate das aeronaves. O incidente, considerado deliberado por Varsóvia, acentuou temores de alastramento do conflito.
Paralelamente, países como França e Reino Unido articulam o envio de uma força internacional de monitoramento em caso de cessar-fogo, proposta rejeitada por Moscou.

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