• Terça-feira, 22 de julho de 2025

Queremos democracia, não importa que seja de direita, diz Lula

Segundo presidente brasileiro, contexto atual se equipara ao momento da ascensão de Hitler na Alemanha.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 2ª feira (21.jul.2025) querer democracia mesmo que o país seja governado pela direita. Em conversa com jornalistas no Chile, onde participou de cúpula em defesa da democracia, o petista afirmou que o encontro foi motivado pelo risco do extremismo. Comparou esse risco ao contexto de ascensão de Hitler ao comando da Alemanha.

A democracia que corre risco com o extremismo como correu na fundação do Partido Nazista. Como morreu com a questão da ascensão do Hitler. O que nós queremos é a democracia. Não importa que seja de direita, que seja de esquerda, que seja de centro”, declarou.

Segundo Lula, a “beleza da democracia” é que o povo pode escolher segmentos diferentes da sociedade para governar. Segundo ele, é possível uma alternância entre trabalhadores e empresários no poder, por exemplo. 

Não importa que o cara que seja eleito seja um cara de pensamento conservador. O povo é que vai escolher. O que importa é que ele respeite o direito dos outros, que ele não seja mentiroso”, afirmou.

Normalmente, as críticas relacionadas a mentidas e desinformação vêm associadas ao nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não foi citado por Lula desta vez.

Mais cedo, em seu discurso no fim da cúpula organizada pelo presidente chileno, Gabriel Boric, Lula afirmou que a liberdade de expressão não é autorização para cometer crimes.

“Concordamos sobre a necessidade de regulamentação das plataformas digitais e do combate à desinformação para devolver ao Estado a capacidade de proteger os seus cidadãos. […] liberdade de expressão não se confunde com autorização para incitar a violência, difundir o ódio, cometer crimes e atacar o Estado democrático de Direito”, declarou.

Também participaram da reunião os presidentes do Uruguai, Colômbia e Espanha. Lula afirmou que o mundo vive uma ofensiva antidemocrática e que é preciso ter ações urgentes e concretas para lidar com o atual cenário.

“A democracia liberal não foi capaz de responder aos anseios e necessidades contemporâneas. Cumprir o ritual eleitoral a cada 4 ou 5 anos não é mais suficiente. O sistema político e os partidos caíram no descrédito”, afirmou.

O presidente brasileiro disse que os chefes de Estado conversaram sobre o fortalecimento das instituições democráticas e o multilateralismo. Segundo ele, esses órgãos têm sofrido “sucessivos ataques”.

Por: Poder360

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