Marcelo de Lima Fernandes (Podemos), prefeito de São Bernardo do Campo, de 42 anos, foi afastado do cargo nesta 5ª feira (14.ago.2025) em operação da (PF) Polícia Federal. Nascido na cidade em 1983, Lima é formado em gestão pública e pai de duas filhas.
A operação investiga corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa ligada à administração municipal. A Justiça determinou que ele use tornozeleira eletrônica.
A carreira política de Lima começou em 2008 como vereador, reeleito em 2012. Em 2015 assumiu a presidência do PPS municipal (Processo Seletivo Simplificado) e, em 2022, foi eleito deputado federal pelo Solidariedade, mas perdeu o mandato no ano seguinte por migração partidária considerada irregular pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Em outubro de 2024, venceu o 2º turno para a Prefeitura de São Bernardo com 20,64% dos votos, derrotando Alex Manente (Cidadania), que era apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
No início do mandato, em janeiro de 2025, Marcelo Lima foi multado pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) em R$ 5.300 por uso indevido de bens públicos em campanha, caracterizado como abuso de poder político.
Sua gestão em São Bernardo do Campo já enfrentava questionamentos judiciais antes da operação da PF. O inquérito atual apura desvios e uso de empresas e contratos municipais para ocultar recursos ilícitos. A defesa nega as acusações e afirma que colaborará com as investigações.
A cidade de São Bernardo do Campo ficou conhecida de todo o Brasil nos anos 1970 e 1980, por ter sido o berço do novo sindicalismo e dos ativistas que vieram a criar o Partido dos Trabalhadores, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que fez sua carreira na cidade. Tem 811 mil habitantes e 643 mil eleitores.