• Terça-feira, 30 de dezembro de 2025

PT lança manual para militância digital evitar processos em 2026

Partido diz que iniciativa tem como objetivo proteger pessoas de processos judiciais e perseguição política.

O PT (Partido dos Trabalhadores) publicou nesta 2ª feira (29.dez.2025) uma cartilha de 93 páginas para orientar a atuação digital de militantes da legenda a favor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e das principais pautas do seu governo.

O manual não cita explicitamente as eleições de 2026, mas dá diversos exemplos do que pode ser usado contra adversários políticos, principalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O objetivo do texto, segundo a sigla, é proteger essas pessoas de processos judiciais e perseguição política. Uma das principais dicas é para que as publicações sejam sempre contextualizadas e embasadas em dados objetivos.

“Ele é um apoio simples, mas essencial, para ajudar a prevenir processos e ataques da extrema direita, que constantemente tenta silenciar e ameaçar a liberdade de expressão”, diz trecho inicial da cartilha, elaborada pelo “Pode Espalhar”, rede digital ligada ao PT. Leia a íntegra (PDF – 1,4 MB)

O documento cita a atuação das big techs, por meio dos seus algoritmos de modulação de conteúdo, e diz que é preciso manter uma “ação permanente de diálogo, convencimento e mobilização” nas redes para mostrar e explicar os feitos positivos do governo petista.

O manual incentiva o uso de memes e cortes de vídeos, desde que sejam imagens públicas, sem deturpação do conteúdo original, e tenham a indicação de autoria ou fonte.

A cartilha desaconselha o uso dos termos “fascista”, “genocida” e “corrupto” e sugere a substituição por frases que expliquem o que a pessoa quer dizer, como por exemplo, “esse discurso se aproxima ou remete ao fascismo histórico”. Também indica usar dados objetivos para substituir tais termos.

O documento diz que é preciso usar “linguagem estratégica” com termos opinativos para evitar processos judiciais, criticar atos e políticas de forma interpretativa e usar reportagens para “dar força à opinião”. O texto proíbe o uso de memes ou montagens que mostrem um adversário praticando algum ato criminoso inexistente.

“Mostre contraste: critique sempre mostrando como o governo Lula age de forma oposta (políticas sociais, combate à fome, transparência)”, diz o texto.

Jair Bolsonaro é mencionado diversas vezes nos exemplos de conteúdos que podem ser utilizados “como munição política”. Para evitar problemas, a cartilha indica que todo o conteúdo seja contextualizado para “desmascarar contradições”. Também proíbe a manipulação de trechos que podem virar notícia falsa.

“Diferenciem-se da outra corrente ideológica: enquanto o bolsonarismo manipula imagens para fake news, a militância do Lula deve mostrar a verdade dos atos públicos”, diz o texto.

O manual traz dicas sobre o que pode ou não ser publicado sobre um político sem que a pessoa seja processada por calúnia ou difamação. Indica evitar publicações sobre a vida privada e focar em opiniões sobre o desempenho, ideias e políticas públicas. Também desaconselha que alguém afirme que outra pessoa cometeu um crime sem que haja decisão da justiça.

“A militância pode criticar com contundência, mas sempre cuidando para não transformar opinião política em acusação criminal direta ou ofensa à honra e dignidade das pessoas”, diz o texto.

A cartilha apresenta ainda uma série de medidas que devem ser tomadas em caso de notificações extrajudiciais ou processos judiciais.

“É para conquistar esse projeto que apoiamos o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seu terceiro mandato marca a reconstrução do País, com a retomada de programas sociais e novas iniciativas que devolvem dignidade ao povo brasileiro”, diz trecho do texto.

Por: Poder360

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