O relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Crime Organizado no Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), disse na 3ª feira (9.dez.2025) que, na sua avaliação, o Brasil está perto de testemunhar a prisão de um ministro de tribunal superior. Ele deu a declaração durante sessão que teve a participação do ministro aposentado do STF e atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
“Esse é um país que já teve presidente preso, já teve ministro preso, senador preso, deputado preso, governador preso, prefeito, vereador, mas ainda não teve ministro de tribunais superiores. Me parece que esse momento se avizinha”, disse.
Assista ao momento da fala de Vieira (34s):
Sem citar nomes, Vieira criticou “ministros que acham normal” pegar carona em “jatinho pago pelo crime organizado”.
“Temos ministros que acham normal, cotidiano, caronas em jatinho, jatinho pago pelo crime organizado, notoriamente pelo crime organizado, não é surpresa. ‘Descobri hoje que era crime organizado’. Não, o cara sabe que é crime organizado, entra no jatinho, vai para uma viagem paga pelo crime organizado, acessa um evento de luxo pago pelo crime organizado, se hospeda, come, bebe, pago pelo crime organizado, e retorna a Brasília para julgar na nossa Corte Superior”, disse.
Ele destaca que existe um “ponto de infiltração muito claro e estabelecido do crime organizado em relação aos Poderes brasileiros“.
“E se dá por meio do lobby e da advocacia que se sustenta em parte na venda de acesso a gabinetes. Citei um exemplo da Suprema Corte, mas poderia usar um exemplo do Senado da República. Tem campanhas financiadas pelo crime organizado”, declarou.
O senador perguntou a Lewandowski quais soluções seriam possíveis para campanhas financiadas pelo crime organizado. Em resposta, o ministro da Justiça condenou infrações éticas e legais, afirmando que o Brasil tem legislação adequada para coibir condutas impróprias.
“Acho que temos um corpo normativo suficiente para poder coibir atividades que sejam contrárias ao código de ética e deontologia, sejam da magistratura, sejam da advocacia, e sobretudo quando determinados comportamentos possam eventualmente transgredir os limites da legislação penal. O que é preciso é colocar em prática essa legislação e a fiscalização realmente ser redobrada”, declarou Lewandowski.





