O IPM-H (Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais) registrou queda de 0,92% em junho de 2025. O indicador, elaborado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) com base em dados de transações da plataforma Bionexo, mostra o 2º mês consecutivo de redução nos valores dos medicamentos hospitalares. Leia a íntegra do relatório (PDF – 1.009 kB).
A retração de junho supera a diminuição de 0,79% verificada em maio. Apesar das quedas recentes, o índice acumula alta de 3,59% no 1º semestre deste ano, valor superior à inflação medida pelo IPCA (+2,99%) e contrastando com a deflação do IGP-M (-0,94%) no mesmo período.
No período de 12 meses encerrados em junho, o IPM-H apresenta elevação de 2,72%, percentual menor que os 5,03% registrados até abril e os 3,84% apurados até maio, mostrando uma desaceleração nos preços.
A análise por grupos terapêuticos mostra que 10 categorias tiveram redução de preços em junho:
Apenas 2 grupos apresentaram aumento no período: aparelho geniturinário (+1,47%) e órgãos sensitivos (+0,97%).
No acumulado de 12 meses até junho, os maiores aumentos ocorreram em imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+23,77%), aparelho digestivo e metabolismo (+8,39%), aparelho geniturinário (+6,30%), preparados hormonais (+3,45%) e agentes antineoplásicos (+0,69%).
As quedas mais expressivas no mesmo período foram observadas em sistema musculoesquelético (-10,16%), aparelho cardiovascular (-7,68%), sistema nervoso (-7,00%), sangue e órgãos hematopoiéticos (-5,49%), órgãos sensitivos (-2,58%), aparelho respiratório (-2,18%) e anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-1,13%).
A valorização do real frente ao dólar americano e o arrefecimento de diversos preços no Brasil e no exterior são fatores que têm influenciado a redução nos custos dos medicamentos hospitalares.
“A nova queda apontada pelo IPM-H evidencia a importância da transparência e previsibilidade de custos na saúde. Dados confiáveis ajudam hospitais a tomar decisões mais estratégicas em um cenário de pressão orçamentária”, disse Rafael Barbosa, CEO da Bionexo.
“Embora uma acomodação dos preços dos medicamentos já fosse esperada em razões da conhecida sazonalidade do IPM-H, é provável que fatores macroeconômicos conjunturais tenham colaborado para intensificá-la e torná-la mais abrangente nos últimos 2 meses. Entre eles, é possível mencionar o movimento de apreciação da moeda brasileira frente ao dólar americano nos últimos meses, bem como o arrefecimento de diversos preços no Brasil e no mundo – fatores que impactam direta e indiretamente os custos de comercialização e transporte dos produtos transacionados neste mercado”, declarou Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe.
O IPM-H serve como referência para o setor hospitalar brasileiro no planejamento orçamentário e na tomada de decisões estratégicas relacionadas à compra de medicamentos.
