A Polícia Civil prendeu na 5ª feira (3.jul.2025) um funcionário da C&M Software suspeito de envolvimento no ataque cibernético que desviou R$ 1 bilhão de 8 instituições financeiras brasileiras.
O suspeito foi localizado na zona oeste paulistana e identificado como João Nazareno Roque. Segundo a polícia, Roque deu acesso aos computadores usados no esquema. Ele teve R$ 270 milhões bloqueados em sua conta.
O ataque cibernético da madrugada da 2ª feira (30.jun.2025) atingiu os sistemas da C&M Software, empresa que processa transações entre bancos e o BC (Banco Central do Brasil). A companhia é responsável pela integração de instituições financeiras ao sistema Pix. O BC foi informado do problema na 3ª feira (1.jul.2025) e a PF (Polícia Federal) abriu inquérito na 4ª feira (2.jul.2025).
A invasão foi possível pelo acesso privilegiado que a C&M tem aos sistemas financeiros nacionais. Segundo a empresa, “até o momento, as evidências apontam que o incidente decorreu do uso de técnicas de engenharia social para o compartilhamento indevido de credenciais de acesso, e não de falhas nos sistemas ou na tecnologia.”
O BC (Banco Central), que tinha suspendido a atuação da C&M, condicionou sua liberação parcial à “anuência expressa da instituição participante do Pix” e ao “robustecimento do monitoramento de fraudes e limites transacionais.” A decisão foi tomada “após a empresa adotar medidas para mitigar a possibilidade de ocorrência de novos incidentes“.
A ação criminosa não atingiu diretamente a infraestrutura do Pix, que continua operando normalmente. As investigações prosseguem para localizar os demais envolvidos e recuperar os valores desviados.
“Desde o primeiro momento, foram adotadas todas as medidas técnicas e legais cabíveis, mantendo os sistemas da empresa sob rigoroso monitoramento e controle de segurança“, disse a C&M em nota. O serviço da empresa, desligado na 3ª feira (1.jul.2025) depois do ataque, foi restabelecido parcialmente na 5ª feira (3.jul.2025).
A empresa também informou que, “em respeito ao trabalho das autoridades e ao sigilo necessário às investigações, manterá discrição e não se pronunciará publicamente enquanto os procedimentos estiverem em andamento.”
O suspeito preso, segundo a polícia, está colaborando com as investigações. Até a publicação deste texto, o Poder360 não havia conseguido localizar seu advogado.