A polícia afirmou nesta 5ª feira (18.set.2025) que Dahesly Oliveira Pires, 25 anos, confessou ter transportado um fuzil que teria sido usado pelos suspeitos de assassinar ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes em Praia Grande, cidade do litoral do Estado.
Em depoimento de 7 horas, Dahesly teria dito que recebeu a “missão de buscar esse pacote”. Só depois teria percebido que se tratava de uma arma. Ainda segundo a polícia, ela detalhou como pegou o fuzil em Praia Grande, “entregou a um indivíduo cuja identidade ainda está sendo investigada” e voltou para sua casa em Diadema, na região metropolitana.
O secretário de Segurança Pública paulista, Guilherme Derrite, afirmou em entrevista a jornalistas nesta 5ª feira (18.set.2025) que “não resta dúvida” sobre o envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) na emboscada a Rua Ferraz, que ocupava o cargo de secretário de Administração em Praia Grande. O ex-delegado era jurado de morte pela facção.
Apesar de reconhecer sua participação logística, Dahesly apresentou “informações contraditórias” sobre quem a contratou e para quem entregou o armamento, segundo a polícia. Investigadores acreditam que ela conhece os 2 suspeitos já identificados, mas optou por não colaborar.
A apuração segue duas principais linhas: a 1ª aponta para retaliação a “investigações complexas contra o crime organizado” conduzidas por Ruy Ferraz; a 2ª hipótese se relaciona ao cargo que ele ocupava na Prefeitura de Praia Grande, onde supervisionava contratos públicos.
Não foi a 1ª vez que Ruy Fontes esteve na mira do PCC. Segundo Derrite, em 2011, uma tentativa de assassinato contra ele foi frustrada por uma operação da Rota. Na ocasião, policiais interceptaram criminosos em frente ao 69º Distrito Policial, na zona leste.
Um dos presos em 2011 é um criminoso conhecido como “XT”, apontado como “altamente perigoso” e integrante do PCC. A motivação para o atentado frustrado, segundo informações de inteligência, foi a atuação de Ruy Ferraz no combate ao crime organizado.