• Terça-feira, 18 de março de 2025

Poder de Trump: Rússia aceitará proposta de cessar-fogo com a Ucrânia?

Donald Trump se colocou como articulador de uma possível paz entre Rússia e Ucrânia, no entanto, especialista duvidam do sucesso do acordo

O , Donald Trump, desde que assumiu o cargo, , iniciada em 24 de fevereiro de 2022, que já dura 3 anos e deixou o território ucrâniano arrasado, além de mais de 12,3 mil civis mortos de ambas nações. O líder norte-americano elaborou um plano de cessar-fogo imediato por 30 dias, Para entender a efetividade do plano e da participação de Trump no possível fim do conflito, o Metrópoles conversou com o doutorando em Relações Internacionais pelo Instituto San Tiago Dantas, Tito Lívio Barcellos Pereira. O que está acontecendo Donald Trump propôs um cessar-fogo de 30 dias para a Guera na Ucrânia; A Ucrânia aceitou o acordo; Putin disse que está aberto a discutir a proposta; Trump conversará com Putin nesta terça-feira (18/3) para debater o cessar-fogo. Segundo o especialista, as chances da Rússia aceitar o acordo são muito pequenas, praticamente nulas. “Muitos analistas e a opinião pública em geral estão se apoiando na ideia de que os russos vão se satisfazer apenas com as concessões territoriais. Ou seja, a Ucrânia abdicar dos territórios anexados em 2014 e em 2022: Crimeia e as províncias de Donetsk, Lugansk, Herson e Zapurígia”, explica. “O motivo principal da guerra não é esse. Não é uma anexação ou um apetite imperial. A questão da Rússia é criar um novo regime de segurança e esse regime de segurança não contempla a Ucrânia na OTAN. O problema da Rússia, desde o início da guerra é o ímpeto que o governo ucraniano tem de colocar na sua carta constitucional, desde o Euromaidan, de que a integração a Aliança Militar Euro-Atlântica é um dos seus objetivos de política externa. E isso a Rússia não vai admitir”, explica Tito Pereira. O internacionalista destaca que “no acordo que o Trump parece oferecer não há uma garantia da Ucrânia realmente abdicar a sua candidatura nessa aliança militar. Isso não está claro. Então, por isso que do lado russo você não vai ver uma resposta positiva para o acordo”. “Isso não significa que os russos queiram a continuidade da guerra, mas o objetivo está expressamente claro: enquanto a Ucrânia não renunciar a adesão à aliança clandestina, não haverá nenhum acordo”, afirma o especialista. Trump e Putin O presidente dos EUA, constantemente, enaltece a sua relação com o presidente russo, Vladimir Putin, e está apostando, justamente, nela Nesta terça-feira (18/3), inclusive, os dois líderes têm reunião marcada para discutir a proposta. “Para o lado russo eu diria que o sucesso dessa iniciativa trumpista é mais pelo fato do governo Trump manter um canal aberto com o Moscou para discutir possíveis encaminhamentos e soluções para o conflito. Então, existe a possibilidade de uma nova rodada de negociações para que os russos e os americanos tentem encaminhar um desfecho para o conflito na Ucrânia. Só que resta saber quais concessões os americanos estão dispostos a oferecer à Rússia”, explica Tito Lívio. Já a relação com o presidente ucraniano, Vlodmir Zelensky, se mostra bastante confluituosa, com direito a bate-boca na Casa Branca. “Uma das bandeiras do Trump é que ele iria negociar o fim da Guerra da Ucrânia por uma via política e uma via diplomática. Embora seja cedo para nós avaliarmos as políticas do Trump, você tem uma relação praticamente de chantagem e coerção com seus próprios aliados, com seus próprios parceiros, visto a intimidação que o Trump e o vice-presidente Vance, tiveram com Zelensky no Salão Oval da Casa Branca”, destaca o especialista. Dependência Segundo Tito Pereira, a dependência que a Ucrânia tem dos EUA na guerra, é grande, o que levou o líder ucraniano a aceitar a coersão e ainda assim negociar o acordo de cesssar-fogo. O especialista destaca que, apesar das desavenças históricas entre norte-americanos e russos, para o eleitor trumpista que se diz nacionalista, a tentativa de Trump de encerrar uma guerra que tem custado bastante aos EUA é melhor do que continuar financiando a Ucrânia no conflito. “Para esse eleitor, o Trump está tentando mostrar algum trabalho. Então, pode não ser o ideal, mas ele está tentando colocar um fim no conflito, mesmo que no fim o Trump diga que a guerra não acabou porque os russos não quiseram, porque o Putin não quis. Ele vende para o seu público interno que fez a parte dele, mas que o sistema internacional não permitiu que ele impulsionasse o seu chamado plano de paz”, ressalta o internacionalista. De acordo com Tito Pereira, “é importante que se diga que , atribuindo agora a responsabilidade toda ao Kremlin, toda aos russos. A chancelaria da União Europeia, repetiu as palavras, Kaja Kallas (vice-presidente da UE) e Emmanuel Macron repetiram as palavras do secretário de estado do Trump, o Marco Rubio, dizendo que a bola está com os russos, a bola está com o Putin. sinalizando que apesar de não ser o melhor dos mundos, o Trump está fazendo a sua parte, a sua tarefa”.
Por: Metrópoles

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