• Quarta-feira, 19 de março de 2025

PGR se manifesta contra apreender passaporte de Eduardo Bolsonaro

Gonet entende que o deputado não cometeu crime que justifique reter o documento e descarta abrir investigação contra ele.

A PGR (Procuradoria Geral da República) se manifestou nesta 3ª feira (18.mar.2025) contra a apreensão do passaporte do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo o procurador-geral, Paulo Gonet, não há elementos suficientes que indiquem que o congressista tenha cometido crimes para justificar a abertura de uma investigação contra ele.

Gonet entendeu que as ações de Eduardo, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no exterior e a relação entre o deputado e autoridades estrangeiras não configura os crimes do qual foi acusado, uma vez se deram “no âmbito do exercício da atividade parlamentar”. Eis a íntegra da manifestação (PDF – 636 kB).

“As apontadas relações mantidas entre o parlamentar requerido e autoridades estrangeiras são insuficientes para configurar a prática das condutas de obstrução de investigação de organização criminosa, coação e atentado à soberania porque se inserem no âmbito do exercício da atividade parlamentar e estão desacompanhadas de ações concretas que possam indicar a intenção delituosa do noticiado”, declarou o procurador-geral da República.

Eduardo Bolsonaro foi alvo de uma notícia-crime apresentada pelo líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuou para impedir que o deputado do PL assumisse a Comissão de Relações Exteriores da Casa Baixa por causa da sua atuação nos Estados Unidos, próxima do governo de Donald Trump (republicano).

O filho de Jair Bolsonaro tem viajado aos Estados Unidos, onde está desde fevereiro deste ano, para articular a aprovação de um projeto que pode impedir a entrada do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes no país. O texto tramita na Câmara de Representantes dos EUA.

Na ação, Lindbergh solicitava a abertura de uma investigação criminal contra Eduardo e pedia a apreensão do seu passaporte. Acusava-o de “trabalhar contra os interesses nacionais para constranger o Supremo Tribunal Federal”.

Mais cedo, nesta 3ª feira (18.mar), Eduardo anunciou em suas redes sociais que se licenciará temporariamente do seu mandato. Em entrevista à revista Timeline, chorou e disse ter medo de ser preso no Brasil por decisão de Moraes.

Com o licenciamento do filho do ex-presidente, o deputado Coronel Zucco (PL-RS) deverá ocupar o lugar de Eduardo na Comissão de Relações Exteriores.

“Ele irá me ajudar institucionalmente a manter essa ponte com o governo [do presidente Donald] Trump e o bom relacionamento com países democráticos e desenvolvidos”, declarou Zucco.

Por: Poder360

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