Um estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) publicado em fevereiro de 2025 na revista Environmental Science and Pollution Research mostrou que a pecuária brasileira está emitindo mais do que o dobro do limite necessário para atingir as metas ambientais internacionais.
Para cumprir a redução de 43% das emissões até 2030, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris, fechado em 2015 com apoio do Brasil, o setor não deveria ultrapassar 0,26 GtCO2e (gigatonelada de CO2 equivalente). No entanto, as projeções indicam emissões entre 0,42 e 0,63 GtCO2e até o final da década.
A pesquisa, apoiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), baseou-se em dados do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa).
A análise considerou as emissões do setor de 2000 a 2020, projetando esses dados com base nas expectativas do Ministério da Agricultura para a produção nacional de carne bovina nos próximos anos. Foi identificado que, por tonelada de carne produzida, foram emitidas 51,86 toneladas de carbono equivalente.
O estudo não incluiu emissões indiretas, como desmatamento e uso de máquinas, sugerindo que o impacto real pode ser ainda maior.