Aliado de longa data do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Okamotto anunciou que deixará a presidência da Fundação Perseu Abramo, instituição de estudos políticos ligada ao PT (Partido dos Trabalhadores).
O anúncio foi feito durante o evento de lançamento do 8º Congresso Nacional do PT, na sede do partido em Brasília. Okamotto afirmou que decidiu deixar o cargo depois de quase 3 anos à frente da entidade.
O petista disse ter pedido que seu mandato na instituição fosse prorrogado depois das eleições do PT, realizadas em julho. O objetivo era que a cúpula da fundação pudesse discutir novas estratégias com o Diretório Nacional recém-eleito.
“Nós havíamos solicitado, e o diretório nacional havia aprovado, de que a gente queria prorrogar o mandato da diretoria da fundação 3 meses após a eleição do diretório nacional, para que o novo diretório pudesse repactuar o papel da fundação, o papel do presidente da fundação”, declarou.
Segundo Okamotto, a prorrogação do mandato foi barrada pelo Ministério Público, que determinou a realização de novas eleições.
Okamotto afirmou que o pleito foi realizado apesar de a cúpula da instituição ter entendido de que o resultado não valeria, uma vez que, independente do desfecho, caberia ao Diretório Nacional recém-eleito indicar novas diretrizes para a fundação.
“Não foi possível prorrogar o mandato porque o Ministério Público não quis, obrigou a gente a fazer uma eleição e nós fizemos uma eleição com o entendimento de que essa eleição, apesar de ter mandato até 2028, não serviria para nós. Deveria, depois de 3 meses da eleição [nacional do PT], a direção nacional poder dizer o que acha, qual programa que tem para a fundação”.
O aliado de Lula disse ter decidido deixar a presidência da instituição depois do desentendimento: “Quero dar liberdade para que o diretório nacional discuta a concepção da fundação. Tenho certeza de que a minha saída facilita esse trabalho”.
Quadro histórico do PT, Okamotto foi um dos fundadores do partido nos anos 80, ao lado de Lula. Atuou como tesoureiro da campanha presidencial do petista em 1989, a 1ª vez que Lula disputou o Planalto.
Em 1990, participou da criação do Instituto Cidadania, atual Instituto Lula, do qual foi presidente e era um dos diretores até o início de 2023, quando assumiu a Fundação Perseu Abramo.
Em 2003, no 1º governo Lula, Okamotto ingressou na diretoria de administração e finanças do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Em 2005, foi eleito presidente da entidade, cargo que ocupou até 2010.





