Integrantes da oposição no Senado encaminharão ao Ministério da Justiça da Itália um pedido de proteção para Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele prestou depoimento à CSP (Comissão de Segurança Pública) do Senado nesta 3ª feira (2.set.2025).
O ex-chefe da AEED (Assessoria de Enfrentamento à Desinformação) do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afirmou que tem sua segurança prejudicada em razão de seu relatório que aponta abusos de autoridade do ministro do Supremo.
Depois do início das investigações sobre o vazamento de conversas do gabinete da presidência do TSE, Tagliaferro foi demitido e deixou o país em direção à Itália. A PGR (Procuradoria Geral da República) apresentou denúncia contra o ex-assessor por violação de sigilo funcional e obstrução da justiça. Depois de pedido de Moraes ao Ministério da Justiça, o Ministério das Relações Exteriores pediu ao governo italiano a extradição do ex-assessor.
Segundo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o encaminhamento à Justiça italiana também contará com o relatório apresentado por Tagliaferro, para que as autoridades do país “tomem conhecimento dos abusos e injustiças que Moraes pratica no Brasil”.
O pedido de segurança também será estendido à família de Tagliaferro no Brasil, que, segundo ele, também corre risco. “Tenho uma mãe com princípio de Alzheimer, tem crianças na minha família que precisam dessa proteção”, disse o ex-assessor.
Em seu depoimento, Tagliaferro afirma que o ministro, enquanto presidia o TSE, não delimitou critérios objetivos e jurídicos para definir “desinformação”, acusando o magistrado de perseguir opositores e tomar decisões monocráticas de cunho pessoal.
Ele afirma que o relatório foi entregue às autoridades dos Estados Unidos para que tomem conhecimento das ações do Supremo Tribunal Federal. “Ele [Moraes] me persegue, tenta me calar. Mas eu não vou me calar diante de um ministro injusto”, disse Tagliaferro.