O tamanho do tombo: Hapvida perde quase R$ 7 bilhões em um único dia
Os papéis da Hapvida fecharam o pregão de quinta-feira (13/11) da Bolsa de Valores (B3) com um tombo de mais de 42%, cotados a R$ 18,89
da operadora de planos de saúde e odontológicos na Bolsa de Valores do Brasil (), nessa quinta-feira (13/11), representou uma perda bilionária para a companhia, que viu seu valor de mercado desabar em um único dia.
Os papéis da Hapvida fecharam o pregão com um tombo de mais de 42%, cotados a R$ 18,89. Na mínima da sessão, a ação da companhia recuou a R$ 16,75, com uma derrocada de quase 50%.
O derretimento dos papéis da Hapvida significou uma perda de cerca de R$ 6,8 bilhões em valor de mercado apenas na quinta-feira, segundo dados de Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.
Trata-se da maior queda diária das ações da Hapvida desde a abertura de capital da empresa, em 2018. As ações, inclusive, chegaram a entrar em leilão. O leilão de ações é um mecanismo utilizado pelas bolsas de valores para equilibrar a oferta e a demanda de ações em momentos específicos do pregão. Ele assegura que o preço de uma ação reflita de forma mais precisa o equilíbrio entre compradores e vendedores.
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No pregão desta sexta-feira (14/11), as ações da Hapvida operavam em queda no início da tarde. Pouco antes do meio-dia, os papéis da empresa recuavam 3,81%, cotados a R$ 18,17.
Mercado reagiu mal a resultados da empresa
De acordo com o balanço financeiro divulgado pela Hapvida, o lucro líquido ajustado da empresa somou R$ 338 milhões no terceiro trimestre deste ano. O resultado representou um crescimento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2024.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 746,4 milhões, com uma queda anual de 17,6%.
A média das estimativas do mercado apontava para um lucro líquido de R$ 248 milhões entre julho e setembro e um Ebitda de R$ 842 milhões.
Segundo analistas do mercado, apesar do resultado positivo e do aumento do lucro no terceiro trimestre, o desempenho da Hapvida foi considerado decepcionante.
Para o Goldman Sachs, um dado negativo foi a queda de 1,4 ponto percentual no índice de sinistralidade médica (MLR) em relação ao trimestre anterior, o que foi atribuído a efeitos sazonais piores do que o esperado, além de custos fixos mais elevados após a abertura de unidades hospitalares e ambulatoriais e vendas mais fracas.
Um outro problema apontado pelo banco é o fluxo de caixa livre negativo de R$ 234 milhões, com crescimento da dívida líquida em relação ao segundo trimestre.
O BTG Pactual, por sua vez, classificou os resultados da operadora no terceiro trimestre como fracos, diante de uma combinação de fatores negativos como o fluxo de caixa livre ruim e o crescimento orgânico abaixo das expectativas iniciais.
“Cortamos as estimativas oficiais de Ebitda para 2026 em 20% e mantivemos recomendação de compra, mas com menor confiança, reduzindo o preço-alvo de fim de 2026 para R$ 50 (ante R$ 67)”, diz o relatório do BTG.
Outro banco, o JPMorgan, também cortou o preço-alvo, de R$ 52 para R$ 39, e ainda rebaixou a recomendação para as ações da Hapvida de “compra” para “neutra”.
Segundo o banco norte-americano, os resultados da companhia foram fracos e ficaram abaixo das projeções do mercado. “Em nossa opinião, o mercado deve reagir negativamente aos resultados, visto que algumas pressões reveladas nos números provavelmente persistirão pelo menos durante a maior parte de 2026”, afirma o JPMorgan.
“Por um lado, estão sendo realizados os investimentos estruturais necessários para lidar com as restrições de capacidade, reduzir o volume de reclamações e melhorar a percepção da qualidade do serviço, visando a uma trajetória de crescimento mais sustentável. Por outro lado, a empresa não está colhendo os benefícios disso, pelo menos por enquanto, já que as adições líquidas permanecem limitadas, com alta taxa de cancelamento persistente e preços restritos”, completa o banco dos EUA.
Para piorar o quadro, a Hapvida, segundo os analistas do mercado, vem enfrentando uma concorrência ainda mais acirrada na região metropolitana de São Paulo – onde a Amil vem mantendo uma postura comercial mais agressiva.
Com isso, apontam os especialistas, a recuperação da lucratividade deve ocorrer de forma mais lenta até o fim do ano, possivelmente impulsionada por maiores volumes e tíquete médio.
Por: Metrópoles





