Pessoas próximas do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi no órgão avaliaram que a fritura que levou ao pedido de demissão do político foi uma “covardia” do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As pressões que levaram à saída de Lupi se relacionam com a crise do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Uma investigação da Polícia Federal mostrou em abril que associações e sindicatos conseguiram aproximadamente R$ 6,5 bilhões com um esquema de retenção indevida de benefícios previdenciários de 2019 a 2024.
O Poder360 apurou que a maioria dos funcionários próximos de Lupi foram dispensados logo que o antigo titular deixou o cargo.
Dentre eles, ficou o sentimento de que a troca pelo atual ministro Wolney Queiroz não será suficiente para apagar o incêndio dos descontos indevidos. Menciona-se, por exemplo, que ele assinou uma emenda para flexibilizar as regras que permitiram as fraudes.
Outro documento mencionado pelos ex-funcionários é a auditoria realizada pelo INSS em setembro de 2024, sobre as eventuais irregularidades nos descontos dos benefícios.
Havia uma avaliação de que o texto poderia salvar a permanência de Lupi no cargo, o que não se confirmou.
Dias antes do pedido de demissão, Lupi havia assumido a responsabilidade pela indicação do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto –também dispensado depois da investigação da PF.
“A indicação do doutor Stefanutto é de minha inteira responsabilidade”, afirmou o então ministro em conversa com jornalistas sobre a operação. A fala não pegou bem.
O pedido de demissão de Lupi trouxe prejuízos políticos para o governo Lula. Ele é um nome relevante do PDT (Partido Democrático Trabalhista), da base de apoio governista no Congresso.
A bancada do partido na Câmara, composta por 17 deputados, rompeu com o governo.
As reclamações e avaliações dos funcionários da Previdência mostram que a confusão segue como uma questão interna para a equipe do petista.
Uma investigação da Polícia Federal mostrou em abril que associações e sindicatos conseguiram aproximadamente R$ 6,5 bilhões por meio de um esquema de retenção indevida de 2019 a 2024.
Segundo a operação, sindicatos e associações realizavam um ACT (Acordo de Cooperação Técnica) com o INSS para oferecer benefícios aos aposentados associados.
Os serviços incluíam:
O acordo permitia que as entidades realizassem um desconto de “mensalidades associativas” na folha de pagamento dos beneficiários.
Tais entidades cadastraram os aposentados sem autorização, utilizando documentos e assinaturas falsas. As investigações indicam que não tinham estrutura para manter os serviços oferecidos.
Com isso, falsificavam assinaturas para associar o pensionista a entidades e realizar os descontos automáticos na folha de pagamento dos beneficiários.
A controladoria também identificou que 70% das 29 entidades analisadas não entregaram a documentação completa ao INSS.
Na operação, 6 pessoas foram afastadas de suas funções:
A PF informou que apreendeu carros de luxo, dinheiro em espécie, joias e quadros. Os valores totais e a quantidade exata ainda estão em levantamento.
Eis algumas informações do governo: