• Quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Não há portas fechadas para decisão monetária, diz Galípolo

Presidente do Banco Central declara ainda que a autoridade monetária não deixou um “seta” para janeiro.

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse nesta 5ª feira (18.dez.2025) que não há portas fechadas para decisão de política monetária. Parte dos agentes financeiros aposta em um início de corte da taxa básica, a Selic, em janeiro. Outra parcela, em março. O BC não sinalizou um início de redução no comunicado e na ata do Copom (Comitê de Política Monetária).

Galípolo disse que o Banco Central tem uma dependência de dados e que aguarda as estatísticas até a próxima reunião, de 27 e 28 de janeiro, para tomar uma decisão.

O Copom manteve pela 4ª reunião seguida a taxa básica, a Selic, em 15% ao ano na 4ª feira (10.dez.2025). O Brasil tem o 2º maior juro real –corrigido pela inflação– do mundo, atrás somente da Turquia.

O presidente do BC afirmou que a autoridade monetária não está dando nenhum tipo de “seta”, em referência a uma sinalização do que será feito em janeiro, mas também não está deixando a porta fechada.

“Significa que você não está dando nenhum tipo de seta para o que você vai fazer e que você também não está fechando porta sobre o que você possa fazer. Não há nem portas fechadas e nem portas dadas”, disse Galípolo.

O Banco Central estima, com base em premissas dos agentes econômicos, que a inflação do Brasil será de 3,6% no 1º trimestre de 2026. A meta de inflação é de 3%. Esse patamar só seria atingido no 1º trimestre de 2026, de acordo com as projeções.

Galípolo declarou que a ata do Copom “não dá dica” sobre os próximos passos. Afirmou que a linguagem feita pelo Copom expressa que o BC não decidiu o que fará nas próximas reuniões.

“Nós não queríamos comunicar o que nós vamos fazer, porque nós não decidimos ainda o que nós vamos fazer”, declarou. Ele disse que o Banco Central avaliou que é mais vantajoso na relação custo-benefício “não tomar essa decisão agora, ganhar esse tempo para coletar informações e poder tomar essa decisão em janeiro”.

Os diretores do BC avaliam que o mercado de trabalho tem demonstrado sinais “incipientes” de desaquecimento. Em ata do Copom (Comitê de Política Monetária), defenderam que os “vetores inflacionários” se mantêm adversos e impactam, em particular, a inflação de serviços.

O Banco Central disse que seguirá acompanhando o ritmo da atividade econômica e as expectativas de inflação –que “se mantém desancoradas” e são “determinantes” para o comportamento da inflação futura.

O diretor de Política Econômica, Diogo Abry Guillen, disse que os dados do mercado de trabalho são “onde” o BC “se debruça bastante” para tentar entender os efeitos conjuntural e estrutural e impactos na política monetária.

Por: Poder360

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