O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (União Brasil-PB), afirmou nesta 4ª feira (5.nov.2025) que a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), principal fundo que financia subsídios do setor elétrico, chegou a um ponto crítico. Segundo ele, o encargo, pago por todos os consumidores de energia, tornou-se “injusto e impagável por parte das pessoas que mais precisam”. Ele defendeu que o país “coloque o dedo nessa ferida” e reavalie o modelo de custeio da CDE para assegurar sustentabilidade e justiça tarifária.
As declarações foram dadas durante o seminário “Energia e desenvolvimento regional: convergência para o Brasil do futuro”, realizado pela Eneva com apoio do Poder360, em Brasília. Motta afirmou que o Congresso deu um passo relevante com a aprovação do PLV (Projeto de Lei de Conversão) da MP (medida provisória) 1.304 de 2025 do setor elétrico, mas disse que os custos crescentes da CDE representam uma ameaça estrutural à estabilidade do sistema.
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Para o deputado, o debate sobre energia no país precisa avançar da fase da geração distribuída, consolidada pela lei de 2022, para um novo estágio: o armazenamento de energia. Ele classificou o tema como o “próximo grande desafio” da política energética brasileira.
“Temos enorme capacidade de produzir energia limpa, mas precisamos garantir equilíbrio e segurança para o sistema”, afirmou. Segundo Motta, o Brasil ainda enfrenta situações em que é necessário desligar geradoras eólicas e solares por falta de mecanismos de armazenamento.
O congressista disse que, embora as termelétricas a gás e outros combustíveis fósseis continuem essenciais para dar estabilidade à rede, o armazenamento é a solução estrutural para compatibilizar a expansão das renováveis com a segurança do fornecimento. “Conciliar geração limpa com eficiência e estabilidade é o caminho para um sistema elétrico mais moderno e competitivo”, declarou.
O presidente da Câmara também disse que modernizar o sistema elétrico é essencial para a competitividade do Brasil. “Não há como o país ser competitivo com um sistema ineficiente e desequilibrado. Precisamos garantir previsibilidade e custo justo, para atrair investimentos e transformar nosso potencial energético em desenvolvimento real”, declarou.
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