• Sábado, 6 de dezembro de 2025

Médicos explicam relação entre AVC e infarto. Veja os sinais de alerta

Médicos detalham por que os dois eventos compartilham causas, riscos e mecanismos

A relação entre acidente vascular cerebral (AVC) e infarto costuma parecer distante, mas, na prática, os dois eventos fazem parte do mesmo problema: quando o sangue deixa de circular como deveria. Mesmo atingindo órgãos diferentes — —, eles surgem a partir de mecanismos muito semelhantes. Por isso, quem sofre um desses quadros tem risco maior de enfrentar o outro, e os mesmos fatores de risco podem desencadear ambos. Leia também Especialistas explicam que tudo começa na saúde dos vasos sanguíneos, que percorrem todo o corpo. Se uma artéria está enfraquecida, inflamada ou estreitada por placas de gordura, ela pode entupir. Quando isso ocorre, . O organismo reage a esses eventos de forma intensa, e uma alteração em um órgão pode afetar diretamente o outro. O que há em comum entre AVC e infarto Ambos ocorrem por interrupção do fluxo sanguíneo. Geralmente são causados por entupimento de uma artéria. A origem mais comum é a aterosclerose, o acúmulo de placas de gordura nas artérias. Os dois causam falta de oxigênio no tecido afetado, levando à morte celular. Compartilham exatamente os mesmos fatores de risco: hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo, sedentarismo e obesidade. O histórico de um evento aumenta o risco de ocorrer o outro porque o dano vascular é sistêmico. Quando o infarto fragiliza o cérebro O neurologista Flávio Sekeff Sallem, do Hospital Japonês Santa Cruz, explica de forma direta: quando o infarto acontece, o coração perde força e passa a bombear menos sangue. “Se esse bombeamento cai muito, — e ele é extremamente sensível a qualquer redução de fluxo”, afirma. Áreas que já são mais vulneráveis ficam ainda mais propensas a sofrer um AVC isquêmico. “O infarto enfraquece o coração, e um coração fraco enfraquece o cérebro”, resume. Essa ligação existe porque as duas doenças nascem do mesmo processo: o entupimento de artérias por placas de gordura e inflamação. Para o neurologista, o mecanismo é simples: Sem oxigênio, o tecido — seja cardíaco ou cerebral — começa a morrer. Como o AVC repercute no coração A influência também ocorre no sentido inverso. Durante um AVC, especialmente os mais extensos, o organismo libera hormônios de estresse como a adrenalina. Isso pode provocar dor no peito, alterações no eletrocardiograma, arritmias e até um quadro temporário de enfraquecimento do músculo cardíaco. “, explica Sallem. Quando o AVC atinge regiões que controlam o ritmo cardíaco, o paciente pode desenvolver arritmias, incluindo a fibrilação atrial — a mais perigosa. Essa alteração facilita a formação de coágulos dentro do coração, que podem viajar até o cérebro e causar um novo AVC, motivo pelo qual o tratamento costuma incluir anticoagulantes. Médicos explicam relação entre AVC e infarto. Veja os sinais de alerta - destaque galeria10 imagens O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico
Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala
O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas
Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas
Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar
Fechar modal. MetrópolesO acidente vascular cerebral, também conhecido como AVC ou derrame cerebral, é a interrupção do fluxo de sangue para alguma região do cérebro1 de 10 O acidente vascular cerebral, também conhecido como AVC ou derrame cerebral, é a interrupção do fluxo de sangue para alguma região do cérebro Agência Brasil O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico
2 de 10 O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico Pixabay Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala
3 de 10 Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala Pixabay O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas
4 de 10 O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas Pixabay Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas
5 de 10 Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas Pixabay Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar
6 de 10 Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar Pixabay Pressão alta, colesterol e diabetes: deve-se controlar adequadamente essas doenças, além de adotar hábitos de vida saudáveis para diminuir seus efeitos negativos sobre o corpo, uma vez que podem desencadear o AVC
7 de 10 Pressão alta, colesterol e diabetes: deve-se controlar adequadamente essas doenças, além de adotar hábitos de vida saudáveis para diminuir seus efeitos negativos sobre o corpo, uma vez que podem desencadear o AVC Pixabay Defeitos no coração ou vasos sanguíneos: essas alterações podem ser detectadas em consultas de rotina e, caso sejam identificadas, devem ser acompanhadas. Em algumas pessoas, pode ser necessário o uso de medicamentos, como anticoagulantes
8 de 10 Defeitos no coração ou vasos sanguíneos: essas alterações podem ser detectadas em consultas de rotina e, caso sejam identificadas, devem ser acompanhadas. Em algumas pessoas, pode ser necessário o uso de medicamentos, como anticoagulantes Pixabay Drogas ilícitas: o recomendado é buscar ajuda de um centro especializado em drogas para que se possa fazer o processo de desintoxicação e, assim, melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo as chances de AVC
9 de 10 Drogas ilícitas: o recomendado é buscar ajuda de um centro especializado em drogas para que se possa fazer o processo de desintoxicação e, assim, melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo as chances de AVC Pixabay Aumento da coagulação do sangue: doenças como o lúpus, anemia falciforme ou trombofilias; doenças que inflamam os vasos sanguíneos, como vasculites; ou espasmos cerebrais, que impedem o fluxo de sangue, devem ser investigados
 
10 de 10 Aumento da coagulação do sangue: doenças como o lúpus, anemia falciforme ou trombofilias; doenças que inflamam os vasos sanguíneos, como vasculites; ou espasmos cerebrais, que impedem o fluxo de sangue, devem ser investigados Pixabay A visão do cardiologista: uma única doença em órgãos diferentes O cardiologista Anis Mitri, presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (AHOSP), reforça que AVC e infarto pertencem ao mesmo grupo porque são doenças do vaso sanguíneo, esteja ele no coração, no cérebro ou em qualquer outro órgão. “Quando você fala de doença cardiovascular, O entupimento pode gerar infarto, AVC, isquemia renal ou isquemia intestinal. É o mesmo processo”, afirma. Os fatores de risco também se repetem: obesidade, hipertensão, sedentarismo, diabetes, doenças autoimunes, falta de sono. Mitri lembra ainda que quem já teve infarto tem mais chance de sofrer AVC, justamente porque o problema que causou um evento continua ativo nos vasos. Alguns sinais cardíacos também podem indicar risco de AVC, como quedas bruscas de pressão, picos hipertensivos, síncopes, desmaios, vertigens importantes e placas nas carótidas. A fibrilação atrial, comum após os 60 anos, é outro alerta essencial. Diferenças no atendimento de urgência Mitri explica que No AVC hemorrágico, o foco é controlar a pressão arterial e, em alguns casos, operar para reduzir a pressão no cérebro. Já o AVC isquêmico se aproxima mais do tratamento do infarto, com antiagregantes e trombolíticos — mas exige rapidez ainda maior. “O cérebro reage muito mais fortemente que o coração ao AVC. A pessoa pode ter perda de memória e ficar confusa rapidamente”, diz. Por isso, o socorro rápido e o atendimento com a orientação de neurologistas, é indispensável no primeiro atendimento. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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