• Quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Marina Silva atua para atrapalhar o agro do Brasil, diz deputado

Alceu Moreira (MDB-RS) chama a ministra do Meio Ambiente de "Marina Cinza" e diz que ela é adversária do país.

O presidente da FPBio (Frente Parlamentar do Biodiesel), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), disse nesta 5ª feira (21.ago.2025) que a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima, a quem chamou de “Marina Cinza”, trabalha para atrapalhar o agronegócio brasileiro.

“Enquanto estamos mostrando para os EUA que estamos absolutamente limpos do processo de produção, que somos selo verde, a dona Marina Cinza consegue fazer um documento para dizer que somos os produtores que poluímos o mundo. Um documento com assinatura do governo federal contrapondo tudo que estamos respondendo no documento que veio dos EUA”, afirmou Moreira, em fala no seminário “Cadeia das Proteínas: Combustível e Alimento para o Mundo 2025”.

O deputado disse ainda que a ministra preenche o papel que adversários internacionais deveriam ocupar ao colocar “cascas de banana” para o Brasil escorregar.

“Não precisamos nem de adversário internacional. Está de graça na nossa frente, só colocando essas cascas de banana. É claro que este processo é uma inteligência estratégica de fora para dentro, que nos coloca o empecilho produtivo pela necessidade concorrencial”, declarou.

A fala se dá no momento em que é discutido o Plano Clima, lançado pelo governo federal em 2023 e atualmente em fase de consolidação. Prevê metas de redução de emissões para todos os setores da economia. Cita a agropecuária como responsável por 70% dessas emissões.

Para Moreira, quando outros países agem para proteger seus mercados e evitar que o produto brasileiro chegue até suas lojas por “serem incapazes de competir com o Brasil”, o movimento é entendível, mas não a crítica interna.

“Se vendermos 1 kg de carne brasileira na Irlanda do Norte, no dia seguinte eles têm que matar todas as vacas, pois o custo de produção é quase 20% maior que o nosso. Vão dizer que estamos queimando a mata, que usando veneno, que temos problemas de produção, que nosso produto não presta. Vão dizer todos os tipos de coisas. Mas eles vão dizer isso, não o Brasil”, declarou.

O plano estabelece meta de redução de 36% das emissões da agropecuária até 2030 e 54% até 2035, considerando não só as emissões diretas de produção, mas também as decorrentes do desmatamento ilegal.

O documento limita a expansão de áreas produtivas e impõe exigências adicionais de monitoramento ambiental.

Há discordância sobre como as emissões são contabilizadas. O agronegócio afirma que o plano mistura atividades ilegais –como desmatamento em terras públicas e unidades de conservação– com práticas produtivas legítimas, e não considera adequadamente a captura de carbono em propriedades rurais, reservas legais e sistemas como plantio direto e ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta)

Em nota, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que o Plano Clima foi construído de forma “transversal”, com a participação de 25 ministérios, desde 2023 e que “todas as projeções e metas estão baseadas nas metodologias do Inventário Nacional, de responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação”.

“Essas metodologias contemplam a captura de carbono em práticas agropecuárias, como recuperação de pastagens e sistemas integrados, mas de forma cautelosa, priorizando dados disponíveis em escala nacional. O governo federal trabalha, em parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e especialistas, para aperfeiçoar a contabilização dessas informações nos próximos inventários, considerando também a contribuição do setor para a remoção de carbono por meio de ações de manutenção e recuperação da vegetação nativa”, afirmou o órgão.

Por: Poder360

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