O pastor Silas Malafaia criticou nesta 4ª feira (20.ago.2025) o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) depois de ser alvo de busca e apreensão pela PF (Polícia Federal). O líder religioso chamou o magistrado de “criminoso” e confirmou que manteve conversa com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas negou influenciá-lo.
“Estamos diante de um criminoso chamado Alexandre de Moraes, que eu vejo denunciando há 4 anos em mais de 50 vídeos. Onde você é proibido de conversar com alguém? Que democracia é essa? Aprender meu passaporte? Eu não sou bandido. Apreendeu meu telefone, eu dei a senha. Isso é uma vergonha. Não vou me calar, vai ter que me prender para me calar”, afirmou, segundo o jornal O Globo.
Ele deu as declarações ao deixar a delegacia da PF do aeroporto Galerão, no Rio. Ele estava no local quando foi alvo da ação e, depois, teve de prestar depoimento às autoridades. Desembarcava de viagem a Lisboa (Portugal).
Malafaia é investigado por coação e tentativa de obstrução da Justiça no inquérito que apura tentativas de interferir no julgamento do ex-presidente no STF. Moraes impôs nesta 4ª feira (20.ago) medidas cautelares ao pastor.
A investigação indica que Malafaia teve papel ativo na orientação de Bolsonaro. Ele incentivava manifestações, envio de mensagens em redes sociais e pressão sobre autoridades para obter anistia ampla aos acusados pelo 8 de Janeiro. O pastor teria coordenado campanhas contra ministros do STF, inclusive preparando vídeos em inglês para repercussão internacional.
Entre as medidas impostas pelo ministro Moraes estão a apreensão de celulares, a proibição de deixar o país e de se comunicar com investigados do núcleo 1 do inquérito. A decisão também inclui a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico, além do cancelamento imediato de passaportes.
Segundo o relatório da PF, Eduardo e Jair Bolsonaro foram indiciados na mesma data por coação no curso do processo, com o deputado atuando nos Estados Unidos para tentar interferir nas ações do STF.
O documento também revelou que Bolsonaro planejava pedir asilo político na Argentina, alegando perseguição política, e manteve registros do plano em seu celular.
O inquérito segue agora para análise da PGR (Procuradoria-Geral da República), que decidirá sobre denúncia, diligências adicionais ou arquivamento do caso.