O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste domingo (26.out.2025), durante encontro com o líder dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano) em Kuala Lumpur (Malásia), que Jair Bolsonaro (PL) teve um julgamento justo. O republicano ouviu e não reagiu ao comentário.
A 1ª menção ao nome do ex-presidente brasileiro foi feita antes da reunião, quando Lula e Trump conversaram com jornalistas.
Questionado sobre o julgamento, um dos argumentos usado para o tarifaço contra produtos do Brasil, Trump disse: “Eu sempre gostei dele [Bolsonaro]. Eu me sinto muito mal pelo que aconteceu”. A jornalista Raquel Krähenbühl, da GloboNews, perguntou se Bolsonaro estaria na lista de assuntos a serem discutidos com Lula. “Não é da sua conta”, disse o norte-americano.
Assista à declaração de Trump e Lula a jornalistas (8min47s):
Depois da reunião, a comitiva brasileira relatou a jornalistas que Lula citou Bolsonaro ao mencionar as sanções ao Brasil, como o cancelamento de vistos de autoridades e o caso do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), enquadrado na Lei Magnitsky.
O petista disse que o julgamento do ex-presidente foi correto e com amplo direito de defesa. Ainda segundo os representantes brasileiros presentes à reunião, Trump só ouviu e não fez nenhuma observação sobre o tema.
O encontro terminou sem que o norte-americano anunciasse a revogação das tarifas adicionais de 50% para produtos brasileiros importados. O republicano, porém, aceitou discutir as taxas. As negociações bilaterais devem começar ainda neste domingo (26.out).
“A conclusão é de que a reunião foi muito positiva. Esperamos em pouco tempo agora, em poucas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação norte-americana”, disse a jornalistas o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que esteve na reunião.
“O presidente Lula começou dizendo que não havia assunto proibido e renovou o pedido de suspensão das tarifas impostas à exportação brasileira durante um período de negociação, da mesma forma a aplicação da lei Magnitsky a algumas autoridades brasileiras, e disse que estava pronto a conversar”, declarou o chanceler.
A percepção do Planalto é que a política será deixada de lado nas discussões, que passarão a ser tratadas inteiramente na esfera econômica.
Assista à declaração de Mauro Vieira (13min41s):
Nas redes sociais, Lula afirmou que teve uma “ótima reunião” com Trump.
“Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, escreveu.






