• Sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Lucro contábil do BNDES cai 9% com menos dividendos

Diretoria do BNDES atribui recuo principalmente ao menor recebimento de proventos das empresas investidas –especialmente a Petrobras.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) registrou lucro contábil de R$ 17,2 bilhões nos 9 primeiros meses de 2025, queda de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. A diretoria atribuiu o recuo principalmente ao menor recebimento de dividendos das empresas investidas –especialmente a Petrobras–, apesar da melhora dos indicadores operacionais.

“Diante do impacto do tarifaço, é um resultado extraordinário”, disse o presidente do banco de fomento estatal, Aloizio Mercadante, durante apresentação dos dados nesta 6ª feira (14.nov.2025). “A queda do lucro total se explica praticamente inteira pela redução de dividendos. Se os dividendos tivessem se mantido, não teríamos registrado queda”.

Segundo Mercadante, a diferença no pagamento de proventos foi de R$ 1,9 bilhão, enquanto a queda do lucro líquido total somou aproximadamente R$ 1,7 bilhão. “Significa uma queda de 50% em relação aos proventos do mesmo período ano passado”, declarou.

Mesmo com o recuo no lucro contábil, o lucro recorrente –que exclui efeitos extraordinários– alcançou R$ 11,2 bilhões, avanço de 14% na comparação anual.

“O resultado recorrente mostra um banco mais eficiente, com crescimento sustentável do crédito e sem deterioração da carteira”, disse o diretor do BNDES, Alexandre Abreu.

O patrimônio líquido encerrou setembro em R$ 168,5 bilhões, estável em relação ao ano anterior. Já a carteira expandida de crédito atingiu R$ 615,9 bilhões, alta de 12%, no maior nível em nove anos. A inadimplência acima de 90 dias permaneceu em 0,008%, considerada “virtualmente nula” pela diretoria.

O ROE (retorno sobre patrimônio) recorrente subiu para 10,4%, enquanto o índice de Basileia recuou para 25,8%, mas continuou 15,3 pontos percentuais acima do piso regulatório.

Essa queda é normal. O ativo do banco está crescendo, e o Banco Central vem ajustando os fatores de ponderação. Seguimos com folga gigantesca para continuar expandindo”, declarou Abreu.

Durante a apresentação, a direção também contextualizou a atuação do BNDES na resposta a desastres climáticos. “Estamos sendo convocados cada vez mais. Fizemos R$ 29 bilhões no Rio Grande do Sul após as enchentes, e agora coordenamos o estudo de reconstrução com resiliência do Estado”, afirmou Mercadante.

Segundo o banco de fomento estatal, o plano nacional de reconstrução e adaptação deve totalizar R$ 100 milhões em estudos e será entregue até outubro de 2026.

Eventos extremos serão mais frequentes. Precisamos estruturar políticas permanentes de prevenção e resposta”, disse o presidente do BNDES.

Por: Poder360

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