A divulgação, nesta quarta-feira (26/11), da transcrição de uma ligação entre desencadeou uma onda de críticas e preocupações em Washington.
O conteúdo, revelado pela Bloomberg, mostra que o negociador norte-americano orientou Moscou sobre como conduzir conversas estratégicas com Trump em meio às tratativas para um plano de paz para a Ucrânia. Um dos conselhos sugere que Vladimir Putin deveria elogiar Trump pelo cessar-fogo em Gaza, mediado pelo republicano.
Dois dias depois, o Trump anunciou um telefonema com Putin, que o Kremlin descreveu como . Durante a conversa, o líder do Kremlin conseguiu convencer o republicano — que se encontraria com Volodymyr Zelensky no dia seguinte — a adotar uma postura cautelosa diante do envio de mísseis Tomahawk a Ucrânia.
A ligação durou duas horas e meia e precedeu o encontro tenso entre Trump e o líder ucraniano, marcado pela insistência do presidente norte-americano para que Kiev aceitasse concessões territoriais.
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Efeito sobre o plano de paz
As orientações de Witkoff contribuíram para a elaboração de uma proposta americana de 28 pontos, que inclui concessões significativas à Rússia — como cessão de territórios e a renúncia da Ucrânia à entrada na Otan.
Witkoff também sugeriu, no telefonema, que a negociação fosse moldada nos esforços recentes de Trump para encerrar a guerra em Gaza, mencionando a criação de um documento de “20 pontos”, que depois se expandiu para a versão atual.
O caso provocou forte desconforto entre republicanos que defendem postura rígida contra Moscou. Parlamentares como Don Bacon e Brian Fitzpatrick afirmaram que Witkoff estaria sob forte influência russa e pediram sua saída do cargo.
Enquanto isso, Ushakov expressou irritação com a quebra de confidencialidade: “Minhas conversas com Witkoff são confidenciais. Ninguém deveria divulgá-las”.

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1 de 3 Enviado especial dos EUA, Steve Witkoff Andrew Harnik/Getty Images
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2 de 3 Enviado especial dos EUA, Steve Witkoff Andrew Harnik/Getty Images
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3 de 3 Yuri Ushakov Contributor/Getty Images
Trump minimiza a polêmica
Questionado sobre o teor da ligação, Trump afirmou que o enviado estava “apenas negociando”, e que aconselhar ambas as partes é parte do processo.
Trump afirmou que Witkoff deve viajar a Moscou já na próxima semana para prosseguir nas negociações. Ele pode ser acompanhado por Jared Kushner. Paralelamente, o secretário do Exército dos EUA, Dan Driscoll, deve ir a Kiev para conversas com o governo ucraniano.