Críticas
A presidente da Apeoesp e deputada estadual, professora Bebel, afirmou que outras ações devem ser movidas para questionar o programa. Bebel acredita ainda não haverá tempo hábil para a implantação do modelo de ensino até o final do ano, com grande possibilidade de ficar para 2026. “Se agora nós entramos com várias ações coletivas, nós vamos fazer 100 ações individuais e derrubar todas escolas cívico-militares que tem aqui no estado de São Paulo. Nós temos estratégia ainda para segurar e não vamos admitir escola cívico-militar no estado de São Paulo”, afirmou. Segundo Bebel, o entendimento da Apeoesp é o de que o modelo é inconstitucional por não estar previsto na Constituição nem na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A vice-presidente do Sindicato Especialistas Ensino Público São Paulo (Sinesp), Letícia Grisólio Dias, argumenta que a presença de policiais nas unidades escolares pode resultar em uma repressão maior aos estudantes e gerar outros problemas. “Temos enorme preocupação com esse modelo, porque ele fere a autonomia pedagógica e a gestão democrática das escolas, que são um princípio constitucional e muito caros à sociedade. Além disso, nos preocupamos com a possibilidade de que haja abuso de autoridade, uma situação que já observamos em outros estados”, disse. Outras preocupações do sindicato são com o financiamento, mesmo previsto em lei, e aumento da terceirização ou a privatização das escolas, com a entrega da gestão para organizações sociais, iniciativa privada. A vice-presidente do Sinesp reforça que as questões disciplinares podem ser trabalhadas e solucionadas com outros projetos pedagógicos, que visem a educação humanizada e humanizadora, com investimento nas comissões de mediação de conflito, por exemplo. “E que garantam aos estudantes, às crianças e à comunidade educativa espaços menos violentos, menos vulneráveis, com a resolução de problemas sem a presença de militares em um ambiente que tem outra natureza de tratamento”. Relacionadas
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