O Tribunal de Falências dos Estados Unidos do Distrito Sul de Nova York autorizou o plano de reorganização judicial da Azul Linhas Aéreas, abrindo caminho para a redução expressiva do endividamento da companhia e para a conclusão do processo de recuperação nos próximos meses. Leia a íntegra do comunicado enviado ao mercado (PDF – 151 kB).
A decisão foi tomada na 6ª feira (12.dez.2025) pelo juiz Sean H. Lane. A Azul poderá executar o plano, que inclui redução da dívida líquida de US$ 7 bilhões para US$ 3,7 bilhões, o equivalente, no câmbio atual, à queda de mais de R$ 37 bilhões para cerca de R$ 19,9 bilhões.
Com a aprovação, a companhia passa à fase de implementação do plano, que envolve ajustes relevantes em contratos de leasing, conversão de dívidas em ações e entrada de novos investidores estratégicos. A medida permite que a empresa avance no processo de reorganização e conclua a recuperação judicial.
A Azul entrou com o pedido de proteção judicial nos Estados Unidos em maio de 2025, depois de enfrentar pressão financeira provocada pelo aumento de custos e pelos efeitos prolongados da pandemia no setor aéreo. Em petição apresentada à Justiça norte-americana, a companhia detalhou os principais pilares da reestruturação financeira aprovada no âmbito do Chapter 11.
O plano estabelece financiamento do tipo DIP (debtor-in-possession), criação de comitê independente, mudanças na governança corporativa e reorganização de passivos. O pedido foi autorizado pelo Conselho de Administração da Azul em reunião realizada em 27 de maio de 2025 e protocolado no United States Bankruptcy Court for the Southern District of New York no dia seguinte.
Em nota, o CEO da Azul, John Rodgerson, afirmou que a confirmação do plano representa “um passo decisivo rumo à conclusão da transformação financeira da companhia”. A reestruturação inclui ainda oferta de direitos de ações de até US$ 950 milhões, dos quais US$ 850 milhões estão assegurados por parceiros estratégicos, além de acordos comerciais e renegociação de contratos de arrendamento de aeronaves.
A Azul informou que segue operando normalmente, com voos, atendimento aos clientes e programas de fidelidade mantidos enquanto executa as etapas finais do plano aprovado.





