A Justiça do Rio de Janeiro absolveu na 3ª feira (21.out.2025) 7 réus acusados pelo crime de incêndio culposo ocorrido em 2019 no Ninho do Urubu, o Centro de Treinamento George Helal, do Flamengo, na zona oeste do Rio.
O incêndio causou a morte de 10 adolescentes, atletas do clube, além de lesões corporais em outros 3.
A absolvição, foi decidida pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. Segundo a decisão, não houve provas suficientes de que os acusados tivessem responsabilidade direta para a ocorrência do incêndio. O juiz também afirmou que não se pode responsabilizar criminalmente alguém apenas pelo cargo que ocupa.
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) havia pedido a condenação depois de uma instrução criminal que ouviu 40 testemunhas desde 2021.
Segundo o MP-RJ, “o episódio, que ficou conhecido como a maior tragédia da história do Flamengo, poderia e deveria ter sido evitado”. O órgão declarou ainda ter demonstrado “com rigor técnico, como os comportamentos dos denunciados contribuíram para a ocorrência do delito que ceifou a vida de 10 adolescentes” e afirmou que a condenação é “a resposta penal justa e necessária”.
Foram absolvidos:
O incêndio se deu durante a noite do dia 7 de fevereiro de 2019, no alojamento das categorias de base, que ficava em contêineres no próprio centro de treinamento.
Na hora do incêndio, 26 atletas dormiam no alojamento. Dez morreram, 3 ficaram feridos e 13 conseguiram escapar.
Desde o incidente, a torcida do Flamengo homenageia os 10 jovens atletas, cantando uma música específica no décimo minuto de cada partida. Em 2022, 3 anos depois da tragédia, o clube inaugurou uma capela no CT em memória das vítimas.
Anualmente, em 8 de fevereiro, data do incêndio, uma missa é realizada no Ninho do Urubu, contando com a presença de alguns pais das vítimas. Contudo, uma homenagem que estava no museu do clube na Gávea foi retirada após uma reforma.
