A Itaipu Binacional –Brasil e Paraguai– atingiu na 6ª feira (5.set.2025), às 18h54, o marco de 3,1 bilhões de MWh (megawatts-hora) produzidos desde que entrou em operação, em 1984. O volume gerado é suficiente para abastecer o mundo inteiro por 44 dias ou o Brasil por 6 anos e 1 mês.
O padrão de consumo entre os países parceiros mudou ao longo das décadas. Há 40 anos, o Brasil utilizava 95% da energia produzida. Em 2024, esse percentual diminuiu para 69%, enquanto o Paraguai aumentou sua participação para 31%. A empresa projeta que, até 2035, não haverá mais excedente de energia para venda ao Brasil por causa do crescimento do consumo paraguaio.
A Itaipu estuda a construção de duas novas turbinas geradoras, além das 20 existentes, segundo o diretor-geral da usina, Enio Berri. “É inevitável, isso vai ocorrer”, afirmou à Agência Brasil.
O diretor-geral brasileiro afirmou que se aproxima o cenário em que o Paraguai consumirá toda a energia a que tem direito, deixando de vender o excedente para ser usado pelo Brasil.
Segundo ele, fatores que explicam o aumento da demanda paraguaia passam pelo crescimento da economia; a presença crescente em solo paraguaio de data centers (servidores digitais que processam e armazenam dados), incluindo os de inteligência artificial; e da atividade de mineração de criptomoedas –processo computacional que depende de computadores potentes para criar e proteger as criptomoedas, com uso intensivo de energia.
A Itaipu Binacional conta com 20 turbinas em operação, com capacidade instalada total de aproximadamente 14.000 MW, sendo responsável por cerca de 9% do consumo de energia elétrica do Brasil. Cada turbina contribui, em média, com 700 MW.
A construção de duas novas turbinas permitirá à usina ajudará a equilibrar os picos de consumo nos finais de tarde, quando a demanda de energia atinge seus níveis máximos, reforçando o papel estratégico da hidrelétrica no sistema elétrico binacional.
