• Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Investigada no caso INSS, amiga de Lulinha já indenizou Moro

Empresária e lobista foi condenada a pagar R$ 200 mil por postagens ofensivas contra Sérgio e Rosângela Moro em 2023.

Investigada na operação Sem Desconto, que apura desvios ilegais em pagamentos de aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a empresária Roberta Moreira Luchsinger, amiga de Lulinha —como é conhecido Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — já foi condenada pela Justiça a pagar indenização por danos morais ao senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e à deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP).

A decisão foi proferida pela juíza Elaine Faria Evaristo, da 20ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo, em 5 de junho de 2023. A magistrada julgou procedente a ação movida pelo casal e condenou a empresária ao pagamento de R$ 200 mil por publicações consideradas ofensivas nas redes sociais. Leia a íntegra da sentença (PDF – 154 kB).

Luchsinger foi alvo de mandado de busca e apreensão cumprido na 5ª feira (18.dez.2025), em nova fase da operação da Polícia Federal. Lulinha não foi alvo da ação nem é investigado pela PF. Nas redes sociais, a empresária disse que recebeu com “bons olhos” a investigação e que está à disposição da Justiça.

O processo por danos morais teve origem em uma série de postagens feitas pela empresária em suas contas no Instagram e no Twitter (atual X). Segundo os autos, ela se referiu a Sérgio e Rosângela Moro com termos como “pilantra”, “canalhas”, “corrupto”, “ladrão” e “bandido”.

Na sentença, a juíza afirmou que a ré extrapolou os limites da crítica política ao insinuar que Moro teria envolvimento na morte de Marisa Letícia, ex-primeira-dama, e ao afirmar que o casal tentaria “enganar os paulistas para fugir dos crimes que cometeram”. Também citou o uso de expressões pejorativas como “casal de marrecos” e “ex-juiz medíocre”.

“A liberdade de expressão não é absoluta e não autoriza a ofensa à honra alheia. Referir-se a alguém como corrupto ou ladrão não é mera opinião”, escreveu a magistrada. Segundo ela, o fato de os autores serem figuras públicas não afasta o direito à proteção da imagem e da honra.

Como a empresária não apresentou contestação no prazo legal, foi decretada a revelia, o que gera presunção de veracidade dos fatos narrados na ação.

Além da indenização — R$ 100 mil para cada um dos autores, com correção monetária e juros de 1% ao mês —, a sentença determinou a exclusão das publicações ofensivas em até cinco dias, sob pena de multa diária de R$ 10.000, limitada a R$ 100 mil.  A juíza levou em consideração a condição socioeconômica da empresária e o alcance das ofensas, potencializado pelo uso das redes sociais.

Roberta é herdeira do ex-banqueiro suíço Peter Paul Arnold Luchsinger, ex-acionista do banco Credit Suisse. Foi casada com o ex-delegado da PF Protógenes Queiroz, responsável pela operação Satiagraha e condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por sua atuação no caso.

Ela se apresenta como uma pessoa bem relacionada em Brasília e com muitos contatos com integrantes do governo Lula.

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Por: Poder360

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