O interior de São Paulo registrou, de janeiro a maio de 2025, os menores índices de homicídios dolosos e latrocínios dos últimos 25 anos. Os dados foram divulgados pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) nesta 3ª feira (1º.jul.2025).
Os homicídios dolosos caíram 10,9% nos primeiros 5 meses de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Em números absolutos, os casos passaram de 676 para 602. No mês de maio, as cidades do interior registraram 118 mortes intencionais —indicador que inclui homicídios dolosos, latrocínios, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e mortes por intervenção legal de agentes do Estado, segundo o Observatório da Segurança Pública. O total representa 6 mortes a menos que no mesmo mês do ano passado.
Na capital paulista, a região central (1ª Seccional) registrou 3 homicídios em maio, enquanto a 3ª Seccional (zona oeste) e a 7ª Seccional (Itaquera) apresentaram os menores índices do crime em suas áreas, com 5 e 2 casos, respectivamente. No total, a cidade contabilizou 29 mortes intencionais no mês —o menor número da série histórica para maio e 8 casos a menos que no mesmo período de 2024.
Foi a primeira vez em 25 anos que esse tipo de crime ficou abaixo de 30 registros em um único mês. No acumulado de 2025, a capital soma 208 ocorrências, a segunda menor marca desde 2001.
Os latrocínios tiveram redução ainda maior. Os roubos seguidos de morte caíram 45%, passando de 40 para 22 ocorrências. “A queda expressiva nos índices é resultado da nossa estratégia, que prioriza uma abordagem integrada entre as polícias Militar e Civil, cruzando informações para identificar e prender lideranças criminosas, desse modo, desarticulando redes de receptação que fomentam os crimes patrimoniais”, disse o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL-SP).
Em maio de 2025, as regiões de Campinas e São José dos Campos apresentaram os melhores resultados, com apenas 1 caso cada, contra 11 em maio de 2024. Na capital, os latrocínios também atingiram o menor patamar no mês (2 casos), igualando aos anos de 2006, 2008 e 2020, com 18 crimes investigados de janeiro a maio, o 2º menor índice da história.
“A Polícia Civil de Campinas, por meio dos serviços de inteligência e investigação, realizou um levantamento das áreas e pontos sensíveis com maior incidência de latrocínios, para monitoramento específico. Isso resultou na queda dos índices neste ano”, disse o delegado-chefe do Deinter 2 (Departamento de Polícia Judiciária de Campinas), Fernando Manoel Bardi.
O trabalho integrado entre as polícias Civil e Militar no combate aos crimes patrimoniais e contra a vida resultou em um recorde na apreensão de armas de fogo ilegais em maio, na capital paulista. Ao todo, 615 armamentos foram retirados de circulação, um aumento de 107% em relação ao mesmo mês de 2024, quando 296 armas foram apreendidas. Esse foi o maior número de apreensões registrado para um mês de maio nos últimos 18 anos.
As ações também resultaram na detenção de 4.028 infratores, aumento de 11,9% no comparativo, e na recuperação de 1.641 veículos. Já a apreensão de drogas passou de 2,1 toneladas para 4,7 toneladas, crescimento de 122% —3ª maior apreensão para o mês desde 2001.
As Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) também registraram queda nos casos de feminicídio no interior do estado. Os crimes contra mulheres passaram de 71 ocorrências entre janeiro e maio de 2024 para 59 no mesmo período de 2025. Por outro lado, as denúncias de estupro cresceram 3,9%, com os registros subindo de 3.497 para 3.635 até maio deste ano. Na capital, as DDMs investigaram 6 feminicídios e 237 casos de estupro apenas no mês de maio.
