Quem são os presos
A pedido da PF, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, autorizou a prisão preventiva do general da reserva Mário Fernandes e dos tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo. Os quatro são integrantes das Forças Especiais do Exército, também conhecidos como "kid pretos", altamente especializados em ações de guerrilha, infiltração e outras táticas militares de elite. Também foi autorizada a prisão preventiva do agente da PF Wladimir Matos Soares, suspeito de envolvimento no plano. O general Fernandes atuou como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República durante a gestão de Jair Bolsonaro. O agente Wladimir Matos Soares teria auxiliado o núcleo militar, “fornecendo informações que pudessem, de alguma forma, subsidiar as ações que seriam desencadeadas”. O planejamento teve seu auge a partir de novembro de 2022 e avançou até dezembro do mesmo ano, em uma operação denominada pelos investigados de Copa 2022. "Eu quero dizer que a Polícia Federal está decepcionada porque um dos seus participou dessa tentativa de golpe, de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de organização criminosa. São as três imputações que se fazem contra essas pessoas. Por enquanto, suspeitas, elas ainda serão julgadas pelo Supremo Tribunal Federal", destacou Lewandowski.Reação de Lula
O ministro da Justiça também disse que conversou com o presidente Lula por telefone sobre a investigação da PF e descreveu a reação do mandatário. "Estava surpreso, estupefato com a dimensão deste golpe. Ele não podia imaginar que poderia ser vítima fatal desses agentes criminosos." Lula está voltando para Brasília nesta terça-feira, após ter sido o anfitrião da Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro. O presidente ainda não comentou a operação da Polícia Federal. Nesta quarta, ele recebe a visita oficial do presidente da China, Xi Jinping.Quase materializado
Lewandowski reconheceu que os suspeitos estiveram muito perto de materializar os intentos criminosos, especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes, que teve as imediações de seu apartamento funcional, em Brasília, vigiadas pelos envolvidos. "Eu posso lhes dizer que, pelo inquérito, a que todos tiveram acesso, o segredo de Justiça foi retirado, os suspeitos, os acusados chegaram muito próximos de materializar seus intentos criminosos. "É claro que a segurança das autoridades está sendo atualizada, aperfeiçoada", observou. Sobre as suspeitas de envolvimento de aliados diretos de Jair Bolsonaro, incluindo o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato à vice-presidente em 2022, Ricardo Lewandowski foi mais cauteloso e disse que as investigações continuam em andamento, mas que uma reunião ocorrida na casa do general pode provar o seu envolvimento no crime. O ministro da Justiça ainda comentou sobre a gravidade do envolvimento de agentes de segurança do Estado na tentativa de golpe e assassinato de autoridades constituídas. "É muito grave que pessoas que foram formadas pelo Estado, para o emprego lícito da violência, que foram armadas pelo Estado, pratiquem esse tipo de atentado contra o próprio Estado. Isso é inadmissível, não é esperado", afirmou. Relacionadas
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