O americano Tyson Carter, de 41 anos, está mais próximo de voltar a se reconhecer no espelho.
Em janeiro deste ano, Tyson teve o nariz arrancado por uma mordida de um agressor ao tentar defender uma mulher desconhecida que estava sendo assediada em um ponto de ônibus em Long Island, perto de Nova York, nos Estados Unidos.
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Após ouvir dois jovens provocando uma mulher desconhecida, ele decidiu intervir. Os jovens, sem se intimidarem, começaram uma briga violenta contra ele. Carter teve o nariz arrancado com uma mordida.A menina correu e seus supostos agressores fugiram. Foi somente ao buscar ajuda no hospital que ele descobriu que havia perdido parte do nariz.
“Eram dois contra um, mas eu não ia cair. Acho que ele ficou frustrado. Eu sabia que ele tinha mordido meu nariz e que meu casaco estava ensanguentado, mas eu não tinha percebido a gravidade da situação”, lembra ele em entrevista ao Hospital Universitário South Shore, onde foi atendido.
Tecnologia e técnica em reconstrução facial
Logo após o incidente, o caso chegou às mãos do Laurent Ganry, especialista em reconstruções de cabeça e pescoço, que decidiu fazer um plano de reconstrução.
Ganry iniciou o processo criando um modelo em 3D do rosto de Carter, utilizando impressões digitais e modelagem em argila. A reconstrução foi dividida em três etapas cirúrgicas. O cirurgião reconstruiu com sucesso mais de 45 pacientes com a mesma técnica, cujos narizes foram amputados, a maioria em decorrência de um câncer de pele agressivo.
O novo nariz foi moldado a partir de retalhos de pele e músculo da testa e do braço. O objetivo era criar uma estrutura funcional, além de preservar a harmonia facial.

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1 de 4 Foto mostra como era o nariz de Tyson antes da briga Divulgação/Northwell Health
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2 de 4 Tyson Carter (centro) com sua mãe June e o médico Laurent Ganry. Divulgação/Northwell Health
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3 de 4 Resultado da primeira etapa do procedimento Divulgação/Northwell Health
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4 de 4 Resultado da segunda etapa do procedimento Divulgação/Northwell Health
Recuperação lenta, mas transformadora
A ausência do nariz afetava funções básicas e também a autoestima. Durante o período de recuperação, Carter não pôde trabalhar nem utilizar óculos, mas frequentes. A reabilitação incluiu acompanhamento físico e emocional.
Até agora foram realizadas duas cirurgias de reconstrução, com a terceira cirurgia prevista para o final do ano, após a redução do inchaço, mas ele já experimenta melhora significativa. “A maioria das pessoas nem percebem as marcas quando veem meu rosto”.
Quanto ao ataque, a identidade dos agressores permanece desconhecida. Carter, embora frustrado com a falta de responsabilização, não demonstrou arrependimento pela decisão de intervir na ocasião, mas espera justiça. Ele agora se diz pronto para retomar sua vida e seu trabalho.
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