Haddad volta a dizer que presidente do BC “não pode dar cavalo de pau”
Nessa quarta-feira (19/3), o Copom decidiu elevar a Selic para 14,25%. A decisão do Banco Central foi unânime
O ministro da Fazenda, , voltou a dizer que o presidente do não pode “dar cavalo de pau” depois que assumiu o cargo, fazendo referência à troca de mandatos entre Roberto Campos Neto e Gabriel Galípolo.
Haddad também reforçou que o aumento da taxa básica de juros, a Selic, anunciado na noite dessa quarta-feira (19/3), pelo Comitê de Política Monetária () do Banco Central, “estava contratado” pela última reunião do colegiado no ano passado.
A — mesmo patamar dos juros durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT), em 2016. A decisão foi unânime, e a taxa ficará vigente por 45 dias.
“Eu penso que esse aumento estava contratado pela última reunião do Copom do ano passado. Ainda sob a presidência do antigo presidente do Banco Central, nomeado pelo Bolsonaro, você contratou três aumentos bastante pesados na Selic, na última reunião do ano passado”, disse Haddad em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O titular da Fazenda ainda amenizou a decisão tomada sob a gestão de Galípolo: “Você, na presidência do Banco Central, não pode dar um cavalo de pau depois que assumiu, isso é uma coisa muito delicada”.
“O novo presidente e diretores têm uma herança a administrar, assim como eu tinha uma herança a administrar depois de Paulo Guedes [ministro da Economia no governo de Jair Bolsonaro (PL)]”, declarou.
Haddad não enxerga uma recessão como solução para abaixar a no Brasil, que segue forte. Em fevereiro o índice subiu 1,31%, e nos últimos 12 meses acumula alta de 5,06%.
Ele defende que é possível administrar a economia para o país crescer de maneira sustentável, sem que a inflação saia do controle. “Nós não queremos isso, queremos uma inflação cada vez mais comportada, sabendo que quando ela sai da banda o Banco Central tem que trazer ela para o patamar convencionado pelo Conselho Monetário Nacional”, completou.
Política do BC versus do governo
Segundo Haddad, quando há uma “transição tumultuada”, isso é um “problema” para as gestões futuras. “Os técnicos do Banco Central são qualificados, respeitáveis, e vão fazer e buscar o melhor pelo país. Mas têm um trabalho a fazer”, lembrou.
“O Executivo também tem trabalho a fazer, marco fiscal a cumprir. Vamos este ano cumprir os nossos compromissos de meta. E o Banco Central tem a meta de inflação para cumprir, assim como eu tenho a meta fiscal a cumprir. São metas sempre exigentes, mas temos que buscar”, destacou o ministro da Fazenda.
Ao ser questionado sobre um alinhamento na política monetária e fiscal, Haddad disse acreditar no Banco Central. Para ele, a equipe do BC fará o trabalho corretamente para trazer a inflação para dentro da banda, enquanto o governo administra a parte fiscal.
Por: Metrópoles