O governo da Grécia anunciou na 5ª feira (30.out.2025) um plano de 2,5 bilhões de euros para reduzir os efeitos da seca e reforçar o abastecimento de água em regiões críticas do país. O projeto foi apresentado pelo ministro do Ambiente e Energia, Stavros Papastavrou, e inclui obras de infraestrutura, perfuração de poços, dessalinização e reorganização da gestão hídrica.
Entre as medidas previstas está o desvio parcial dos rios Krikeliotis e Karpenisiotis para o reservatório de Evinos, que abastece a região de Ática, onde fica Atenas. Também serão perfurados novos poços em localidades como Mavrosouvala, Ymittos e Kifisos, capazes de fornecer cerca de 150 milhões de metros cúbicos de água por ano.
O plano prevê ainda a construção de uma planta de dessalinização com capacidade anual de 87,5 milhões de metros cúbicos e a interligação da rede externa com outras unidades de tratamento.
Em paralelo, o governo quer reorganizar a gestão da água, ampliando as competências das empresas EYDAP (em Ática) e EYATH (no norte do país) e reduzindo de 750 para cerca de 1 centena o número de prestadores de serviço, para simplificar a administração do sistema.
Papastavrou declarou que “a mudança climática está agravando a escassez hídrica num momento em que a disponibilidade está próxima de mínimos históricos”. O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis (Nova Democracia, centro-direita) afirmou que “a esperança não é uma estratégia” e defendeu que o país não pode repetir a crise dos anos 1990, quando Atenas sofreu racionamentos.
O governo grego diz que o plano tem como meta proteger o abastecimento de mais da metade da população. O desvio dos rios até o reservatório de Evinos deve ser concluído até 2029.
A iniciativa é vista como uma das maiores ações ambientais da Grécia na última década e reflete a pressão crescente sobre os países do sul da Europa, que enfrentam secas prolongadas e temperaturas mais altas.
