• Domingo, 7 de dezembro de 2025

Governo divulga “sinais de perigo” em post contra feminicídio

Publicação alerta para frases e comportamentos que indicam risco e orienta vítimas a acionar o Ligue 180.

O governo publicou neste domingo (7.dez.2025) uma mensagem nas redes sociais contra o feminicídio. No post, o perfil alerta para tipos de comportamentos que podem indicar o início de um caso de violência contra a mulher.

“Às vezes, sinais de perigo em uma relação são difíceis de perceber. Afinal, mulher nenhuma imagina que seu companheiro possa ser também um agressor, um assassino”, diz a legenda.

A publicação lista frases como “troca essa roupa que tá curta demais”, “você tá louca, tá vendo coisa onde não tem” e “se você não for minha, não vai ser de mais ninguém”.

O texto orienta que ouvir esse tipo de frase não deve ser tratado como exagero ou desconfiança infundada: “Isso não é cuidado. Isso não é amor. Isso é um aviso”, afirma o post, acrescentando que “essa relação te coloca em risco”.

Em 2024, o Brasil registrou aumento nos casos de feminicídio e estupro, conforme o Mapa da Segurança Pública de 2025, divulgado em junho de 2025.

Os feminicídios tiveram o maior número da série histórica iniciada em 2015, com 1.459 casos em 2024 —média de 4 mulheres mortas por dia.

De acordo com o MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), a média nacional é de 1,34 feminicídios a cada 100 mil mulheres. A região Centro-Oeste tem o índice mais alto, com 1,87 por 100 mil mulheres.

Em novembro, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que aumenta a dificuldade para progressão de regime de condenados por feminicídio ou crimes contra a dignidade sexual de crianças ou adolescentes.

O tema entrou na pauta pública nos últimos dias. Na 3ª feira (2.dez), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que “até a morte é suave” ao tratar da punição a agressores. Declarou também que a primeira-dama, Janja Lula da Silva, pediu que ele assumisse responsabilidade “mais dura” no enfrentamento à violência contra mulheres.

Na 5ª feira (4.dez), em seu perfil no X, Lula agradeceu à Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, pelo discurso que pede maior envolvimento de empresários no combate à violência.

Na 4ª feira (3.dez.2025), o ministro Edson Fachin, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), expressou solidariedade às vítimas e pediu “sensibilidade institucional” no acolhimento de familiares.

Um caso de feminicídio que repercutiu nos últimos dias aconteceu na tarde de 6ª feira (5.dez). A cabo do Exército Brasileiro foi morta dentro do 1º RGC (Regimento de Cavalaria de Guardas), no Setor Militar Urbano, em Brasília.

A vítima foi identificada como Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, integrante da banda de música da corporação.

O suspeito, soldado Kelvin Barros da Silva, foi preso em flagrante depois de sair do quartel. Confessou o crime em depoimento à polícia.

Outro crime recente de extrema violência que repercutiu na imprensa é a tentativa de feminicídio contra Tainara Souza Santos. Ela foi atropelada e arrastada na Marginal Tietê, em São Paulo, na manhã de 29 de novembro de 2025.

Por: Poder360

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