• Sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Gigantes sucroenergéticas pedem corte de tarifa para etanol dos EUA

Grupos FS, Raízen e Copersucar afirmam que medida ajudaria nas negociações com EUA; setor nacional vê risco à competitividade.

A FS (Fueling Sustainability), Raízen e Copersucar defenderam, em reuniões recentes com o governo federal, a redução da tarifa de importação sobre o etanol norte-americano. A proposta foi apresentada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e ao Ministério das Relações Exteriores.

Segundo informações enviadas ao Poder360, os representantes das empresas argumentaram que o corte na tarifa seria um gesto positivo nas negociações comerciais com os Estados Unidos, em especial diante da ameaça de sanções comerciais do tarifaço de Trump. Hoje, a taxa de importação do etanol é de 18%. 

As empresas apresentaram uma análise técnica interna indicando que o etanol norte-americano não seria competitivo no Brasil e que possíveis impactos da redução tarifária atingiriam apenas usinas do Nordeste.

A sinalização causou reação em outras partes do setor sucroenergético, que veem a medida como uma concessão arriscada aos interesses norte-americanos. Entidades e empresários afirmam haver riscos de abrir o mercado interno ao etanol dos Estados Unidos, o que poderia:

Representantes do setor relataram ao Poder360 que há o temor de que a medida possa comprometer a defesa do etanol brasileiro em foros internacionais e abrir espaço para pressões comerciais permanentes.

A Seção 301 é uma ferramenta comercial dos Estados Unidos usada para investigar e aplicar sanções contra práticas que o governo norte-americano considera desleais. No passado, ela foi usada para justificar a aplicação de tarifas contra países como China, Brasil e Índia.

O temor das gigantes sucroenergéticas é que, sem gestos de boa vontade por parte do Brasil, os EUA possam limitar a entrada do etanol brasileiro em seu mercado –hoje considerado estratégico para as exportações do setor.

A tarifa de importação sobre o etanol americano foi tema de embates recentes entre o setor produtivo e o governo. Durante o governo Bolsonaro, a alíquota foi zerada por um período, mas voltou a ser aplicada.

Este jornal digital procurou, por email, a FS, Raízen e Copersucar. Não houve resposta até o momento. O espaço segue aberto para manifestação.

Por: Poder360

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