• Terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Fundo da ONU e Ministério das Mulheres lançam programa contra violência

Parceria conta com investimento de R$ 6 milhões para enfrentar a violência de gênero em territórios com vulneráveis.

O UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) e o Ministério das Mulheres firmaram uma parceria para a implementação de um novo programa de enfrentamento à violência de gênero. As informações foram publicadas na 2ª feira (22.dez.2025) pelo UNFPA.

A iniciativa prioriza os territórios da Ilha do Marajó, no Pará, e o território Yanomami, nos Estados do Amazonas e de Roraima. O programa terá prazo de implementação de até 36 meses, de janeiro de 2026 a dezembro de 2028, e contará com investimento de R$ 6 milhões.

A parceria também conta com o apoio da ABC (Agência Brasileira de Cooperação), vinculada ao MRE (Ministério das Relações Exteriores). Segundo o UNFPA, o objetivo é fortalecer as capacidades institucionais do Ministério das Mulheres e das redes locais de atendimento para prevenir, enfrentar e responder à violência contra mulheres e meninas.

Os territórios escolhidos apresentam alguns dos indicadores sociais mais críticos do país. Cerca de 557 mil pessoas vivem distribuídas em 17 municípios na Ilha do Marajó, região que registra altas taxas de gravidez na adolescência, sub-registro civil, exploração sexual de crianças e adolescentes e escassez de serviços especializados para mulheres em situação de violência.

No território Yanomami, mais de 27 mil indígenas vivem em 384 aldeias. Na região, a violência de gênero é agravada pela crise humanitária, pela insegurança alimentar, pelos impactos do garimpo ilegal e pelas barreiras de acesso a serviços públicos culturalmente adequados.

A iniciativa estabelece ainda a qualificação da produção, sistematização e uso de dados desagregados, com o objetivo de subsidiar políticas públicas baseadas em evidências. O programa inclui a adaptação de boas práticas internacionais ao contexto brasileiro, o fortalecimento de metodologias de trabalho culturalmente sensíveis e a ampliação da capacidade técnica de órgãos públicos, organizações da sociedade civil e lideranças comunitárias.

Entre os resultados esperados estão o aprimoramento da formulação e do monitoramento de políticas públicas, o fortalecimento das redes de atendimento nos territórios priorizados e o estímulo ao protagonismo de mulheres e lideranças locais. De acordo com o UNFPA, a iniciativa busca contribuir para respostas mais articuladas e intersetoriais, promovendo a redução das desigualdades de acesso a serviços e garantindo o direito de mulheres e meninas a uma vida livre de violência.

Por: Poder360

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