• Sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Fundadores da FMU pedem conversão de recuperação judicial em falência

Pedido foi feito por famílias fundadoras da FMU que são proprietárias de 18 prédios usados pela instituição de ensino

As famílias fundadoras da (Faculdades Metropolitanas Unidas) apresentaram à Justiça, no início do mês, um pedido para que a da instituição seja convertida em . O pedido foi feito no último dia 3 de novembro pelas famílias Alves da Silva e Fioravante. Elas fundaram a FMU e são proprietárias de 18 prédios utilizados pela instituição. A alegação dos fundadores da FMU é a de que a instituição não vem pagando aluguel e IPTU desses locais desde que o pedido de recuperação judicial foi aceito pela Justiça, em março deste ano. A dívida acumulada no período já ultrapassou R$ 40 milhões. A dívida total seria de cerca de R$ 300 milhões. O que dizem as famílias fundadoras De acordo com a ação apresentada pelas famílias Alves da Silva e Fioravante, o não pagamento das dívidas tem ocorrido de forma “deliberada, injustificável e ilícita”. No documento, elas afirmam ainda que a FMU passa por um processo de “insolvência estrutural disfarçada sob o manto da recuperação judicial”. Em linhas gerais, os ex-proprietários da FMU dizem que a recuperação judicial da instituição, em andamento desde março, é um mero “instrumento de postergação do inevitável” – no caso, a falência da FMU. Leia também Estão marcadas para os dias 19 e 26 de novembro assembleias dos credores da FMU. Neste momento, os atuais donos da instituição estão negociando com as famílias fundadoras, mas não houve grandes avanços até aqui. Desde 2020, a FMU pertence ao fundo de investimento Farallon, que assumiu o controle da empresa como parte do acordo de compra da Laureate (grupo norte-americano que adquiriu a faculdade em 2013) pela Ânima Educação. Procurada pelo Metrópoles para comentar o pedido das famílias fundadoras, a FMU ainda não havia se manifestado até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto à instituição. Recuperação judicial . A instituição de ensino busca a renegociação de dívidas que ultrapassavam R$ 116 milhões. De acordo com a FMU, a recuperação judicial é uma medida necessária para “viabilizar seu soerguimento”. Em nota, à época, a faculdade afirmou que o processo “não acarretará nenhuma mudança no funcionamento diário” nem “impactará os 60 mil alunos matriculados em cursos presenciais, semipresenciais e on-line”. De acordo com o juiz Marcelo Stabel de Carvalho, da , os documentos apresentados pela FMU “comprovam que a requerente preenche os requisitos legais para requerimento da recuperação judicial”. “Os fatos narrados pela requerente, em conjunto com os documentos por ela acostados, são suficientes para demonstração da crise econômico-financeira e da relevância do procedimento recuperacional para a manutenção da atividade”, anotou o magistrado. O que levou a FMU à recuperação judicial , o pedido de recuperação judicial não causa nenhum impacto ou mudanças na rotina de aulas da universidade, assim como nos investimentos do grupo. No pedido apresentado à Justiça, a instituição explicou que sofreu com os impactos da pandemia de Covid, com investimentos que tiveram de ser feitos para viabilizar as aulas a distância. Desde 2021, segundo a FMU, houve ainda restrições ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (), além de desistências e elevado índice de inadimplência. Apesar do cenário adverso, a instituição de ensino afirma que tomou providências, pelo menos desde 2023, para equacionar as dívidas e reequilibrar sua situação financeira. “Graças a esses ajustes operacionais, a FMU projeta uma melhora substancial em sua margem Ebitda [lucro antes de impostos, tributos, depreciações e amortizações] ajustada ao longo de 2025, estimada em 21,5%”, diz a empresa no pedido de recuperação judicial. Mais sobre a FMU Apesar do momento delicado, a FMU registrou um faturamento líquido de R$ 318 milhões em 2024. A instituição de ensino conta, atualmente, com 1,1 mil funcionários diretos e outros 2 mil indiretos. A universidade tem cerca de 60 mil alunos e mais de 100 cursos, incluindo graduação, pós e MBA. A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários. Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação. Em linhas gerais, a recuperação judicial é uma tentativa de evitar a falência.
Por: Metrópoles

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