França tem nova crise política após Parlamento derrubar outro premiê
Parlamento da França derrubou o primeiro-ministro François Bayrou, que não chegou a completar um ano no cargo
Com a queda do governo do primeiro-ministro a França entrou em um novo capítulo da crise política que tomou conta do país recentemente. A queda do agora ex-premiê foi confirmada pela Assembleia Nacional do país na segunda-feira (8/9).
Crise política na França
A França está mergulhada em uma crise política interna desde junho do último ano.
Na época, o presidente Emmanuel Macron dissolveu a Assembleia Nacional e convocou novas eleições, após seu partido ser derrotado no pleito do Parlamento Europeu.
Na votação, nenhum dos grupos políticos da França alcançou a maioria no Parlamento para garantir governabilidade.
Com a fragmentação na Assembleia Nacional, todos os primeiros-ministros indicados por Macron desde então não resistiram à pressão, e acabaram caindo.
Atualmente, o governo Macron enfrenta críticas sobre a dívida pública do país, além da rejeição de medidas consideradas impopulares, como o projeto de austeridade orçamentária que prevê cortes na casa dos 44 bilhões de euros.
O ex-premiê foi destituído após perder uma moção de confiança, onde 364 deputados votaram a favor da saída de Bayrou — contra 194 que foram favoráveis à sua permanência.
Bayrou foi o quarto político a ocupar o posto de premiê do país somente em 2024. Antes dele, outros três nomes foram indicados por Macron após inúmeras negociações com o Parlamento da França.
A expectativa é de que Bayrou entregue o cargo para o presidente francês, nesta terça-feira (8/9). Com isso, o líder francês se vê obrigado, novamente, a definir o futuro político do país.
De acordo com as regras do sistema semipresidencialista, que vigora na França, Macron têm agora três opções nas mãos: indicar um nome de dentro da Assembleia Nacional para o cargo de premiê; dissolver o parlamento e convocar novas eleições; ou renunciar ao próprio mandato e antecipar o pleito geral francês.
A declaração aconteceu após o Parlamento aprovar a retirara do ex-premiê Michel Barnier do poder, que havia sido indicado pelo líder francês.
Segundo o gabinete de Macron, após aceitar a renúncia do governo de Bayrou, o presidente da França deve nomear um novo primeiro-ministro “nos próximos dias”.
Leia também
Derrotas consecutivas
Presidente da França desde 2017, Macron tem colecionado inúmeras derrotas desde junho do último ano, A polêmica decisão do líder francês surgiu após seu partido sair derrotado no pleito do Parlamento Europeu.
Na época, a expectativa era que que a eleição parlamentar girasse em torno da coalizão de centro-direita liderada por Macron, e o partido de ultradireita Reunião Nacional (RN), comandado por .
Nas urnas, contudo, a esquerda surpreendeu. Em uma reviravolta no segundo turno, a coalizão conquistou o maior número de cadeiras no Parlamento, mas sem formar uma maioria no legislativo.
Com isso, o cenário político não trouxe problemas somente para a esquerda, que
A fragmentação também gerou instabilidade para a administração do presidente francês que, mesmo após diversas negociações com alas políticas do país, não conseguiu fazer valer suas recentes nomeações de primeiros-ministros. E coleciona, agora, mais um fracasso.
“A queda de Bayrou representa uma grande derrota para Macron. Ele não está conseguindo fazer um governo de coalizão, não está conseguindo formar uma maioria que seja suficiente para a indicação de um primeiro ministro na França, o que dificulta muito o governo”, explica o cientista político Valdir Pucci.
Por: Metrópoles